Há possibilidade de implementação de novos métodos produtivos a partir da dialética? Esta é uma questão que merece ser desenvolvida, pois é corrente nas academias que a dialética não serviria para as ciências tecnológicas.

Ao mesmo tempo são difundidas idéias para reforçar a continuidade do atual modelo capitalista em sua versão neoliberal, a exemplo do determinismo tecnológico, que é sustentado pelos teóricos neoliberais e também pelos social-democratas. Eles afirmam que o que está alavancando a reestruturação produtiva é a ciência e a tecnologia, como se a ciência e a tecnologia difundidas pelas estruturas capitalistas em países como o Brasil realmente apresentassem algo de substancialmente novo, que tomaria impossível buscar outros caminhos de desenvolvimento.

Mas talvez as coisas não sejam bem assim.

Na verdade o que é apresentado como o último avanço da ciência não passa de conhecimentos desenvolvidos basicamente para demandas militares, a exemplo da própria Internet – totalmente monitorada pelo Pentágono. Ou de tecnologias secundárias, embaladas pelas relações de consumo e a busca do lucro privado.

O fator real que está alavancando, mesmo, a chamada reestruturação produtiva é o controle do trabalho por parte do capital. Aquilo que é apresentado aos povos do mundo pelo capitalismo, especialmente as novas tecnologias, não é difundido pelo fato de ser substancialmente novo ou bom para as pessoas, e sim, por permitir um controle ainda maior do processo produtivo sob comando das forças do capital.
Mas seria possível, em contrapartida, desenvolver tecnologicamente a sociedade por um caminho dialético?

Alguns indícios podem começar a elucidar esta questão: primeiramente a própria trajetória da dialética, desde Hegel até hoje; a bem-sucedida experiência da saúde e da engenharia sanitária em Cuba; o desenvolvimento da teoria que explica a origem da vida feita na ex-União Soviética; a lógica difusa (fuzzy logic) aplicada em sistemas de metrôs; as idéias de inconsistência e incompletude do lógico-matemático Göeel; a lógica paraconsistente do brasileiro Newton da Costa e muitos outros.

Para viabilizar uma discussão coletiva sobre essa perspectiva é muito importante desenvolver a dialética por um caminho que implemente uma estimulação dialético-objetiva da própria dialética. A generalização das diversas alternativas que configuram as lógicas não-clássicas pela dialética já permite um longo fôlego para o desenvolvimento de processos produtivos melhores que os apresentados pelo grande capital na atualidade.

Para tanto é fundamental que os marxistas-Leninistas acompanhem os avanços da industria tecnológica, as pesquisas científicas em institutos e universidades, e estimulem generalizações dialéticas desses processos.

Ao mesmo tempo é importante valorizar as experiências dos trabalhadores na implementação de tais processos. Por exemplo: os metroviários podem ser estimulados para generalizar a sua vivência e trabalho no metrô com intuito de reproduzir essa experiência bem-sucedida.

Do prefácio de A dialética da natureza à teoria da vida de Oparin 

O percurso da elaboração científica desde o prefácio de Engels no esboço do que seria uma grande obra, A dialética da natureza, até à concretização filosófica do conceito de vida feita na ex-União Soviética (divulgada nos anos cinqüenta deste século) apresenta instantes significativos para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

No prefácio de A dialética da natureza Engels faz uma síntese das ciências de seu tempo e desenvolve uma análise dialético-objetiva de todo o processo das ciências, apontando caminhos bastante avançados para a época. Demonstra que a natureza tem história, processo, objetividade …

"A ciência natural da primeira metade do século XVIII era muito mais avançada do que a antigüidade grega no que se refere ao conhecimento e à classificação de seus materiais, mas, ao mesmo tempo, abaixo dela no que diz respeito ao domínio ideal desse material, dentro da concepção geral da natureza. Segundo os filósofos gregos, o mundo era algo que havia saído do caos e, depois se desenvolvera, isto é, algo que se fora fazendo. Para os naturalistas do período de que nós nos ocupamos, a natureza era algo ossificado, algo invariável e, para a maioria deles, algo que havia sido feito de um só golpe. A ciência encontrava-se ainda profundamente dominada pela teologia. Por toda a parte se buscava e se encontrava, como último recurso, um impulso exterior que não podia ser explicado pela própria Natureza."(Engels, 1979: p. 19)

A ação humano-consciente na história e a ciência apontam limitações ainda a superar:

"Os homens, pelo contrário, quanto mais se afastam do animal, entendido limitadamente, tanto mais fazem eles próprios sua história, correspondendo, cada vez com maior exatidão, o resultado histórico aos objetivos previamente estabelecidos. Mas, se aplicarmos essa medida à história humana, mesmo que seja à dos povos mais avançados da época atual, verificamos que inclusive entre eles persiste ainda uma colossal desproporção entre os objetivos fixados e os resultados obtidos; veremos que predominam os efeitos não previstos; que as forças não controladas são muito mais poderosas do que as postas em movimento de acordo com o plano estabelecido. [ … ] Darwin não teve a menor idéia da amarga sátira que escrevia sobre os homens (e especialmente sobre seus compatriotas), quando afirmou que a livre competição, a luta pela existência, que os economistas celebram como sendo a maior conquista histórica do homem, constitui exatamente o estado natural do reino animal." (Engels, 1979: p. 26)

Engels configura, no final do Prefácio, uma cosmologia dialética:

"É um ciclo eterno esse em que se move a matéria, um ciclo cuja trajetória fica encerrada em períodos de tempo para os quais nosso ano terrestre não constitui medida possível; um ciclo em que o momento do mais elevado desenvolvimento (o momento da vida orgânica e, mais ainda, da vida animal e de seres conscientes de sua natureza) está tão rigorosamente medido como o espaço em que a vida e a consciência conseguem realizar-se. Um ciclo em que todo o estado definido da matéria, seja solou nebulosa, animal individual ou espécie animal, combinação química ou dissociação, tudo é igualmente passageiro; em que nada é eterno a não ser a matéria em transformação e eterno movimento, bem como as leis pelas quais se move e transforma.

No entanto, por mais freqüente e inexorável que seja a realização desse ciclo, no tempo e no espaço; sejam quantos forem os milhões de sóis e terras que se possam produzir e perecer; por mais longo que seja o tempo requerido para o aparecimento, em um sistema solar (e só em um de seus planetas) das condições necessárias à vida orgânica; embora sejam inumeráveis os seres orgânicos que devam aparecer e desaparecer antes de que, entre eles, se desenvolvam animais com um cérebro capaz de pensar e que encontrem, por um curto período, condições que tornem possível sua vida, para serem logo depois destruídos inexoravelmente; podemos ter a certeza de que a matéria, em todas as suas transformações, permanece sempre a mesma; que não pode perder nenhum de seus atributos; e que, portanto, com a mesma férrea necessidade com que voltará a destruir, na Terra, sua mais alta floração – o espírito pensante – voltará a engendrá-lo em outra parte e noutro tempo." (Engels, 1979: p. 30)

No início do século XX o desenvolvimento científico-tecnológico chama atenção de todos e as novas descobertas causam perplexidade. Os novos dados científicos geram inúmeras interpretações. Nesse contexto Lênin aprofunda o estudo da dialética; critica Kant através da crítica aos neokantianos da época, a exemplo de Mach (que é a base do posterior Círculo de Viena); ressalta a importância do desvendamento teórico da insistência de teorias agnosticistas e relativistas; e retoma o estudo e divulgação da dialética de Hegel.

"o desenvolvimento da física fez com que fossem modificados muitos conceitos anteriores relativamente à estrutura da matéria e às suas propriedades. Foram radicalmente revistos muitos conceitos físicos, teorias e fórmulas, outrora incontestáveis." (Sternine, 1988: p. 10)

“Hoje mais do que nunca, não há tendência pequeno-burguesa que não ataque o materialismo filosófico, gravitando em torno de Kant, do neokantismo, da filosofia crítica" (Lênin, in Sternine, 1988: p. 6)

A crítica de Marx e Engels a Kant é recolocada:

"As origens ideológicas do machismo remontam igualmente ao sistema filosófico do pai do idealismo clássico alemão, Emanuel Kant (1724-1804). [ … ] Lênin caracterizou o sistema filosófico de Kant nos seguintes termos: 'o traço fundamental da filosofia de Kant é a conciliação do materialismo com o idealismo, o compromisso entre um e outro, a combinação num só sistema de correntes filosóficas heterogêneas e opostas. Quando Kant admite que às nossas representações corresponde algo fora de nós, uma certa coisa em si – então Kant é materialista. Quando declara esta coisa em si incogniscível, transcendente, pertencente ao além, Kant fala como idealista. Reconhecendo a experiência, as sensações, como fonte única dos nossos conhecimentos, Kant orienta sua filosofia pela linha do sensualismo, e, através do sensualismo, em certas condições, também do materialismo. Reconhecendo o apriorismo do espaço, do tempo, da causalidade, etc., Kant orienta a sua filosofia para o lado do idealismo'." (Stemine, 1988: p. 26)

Além de Mach se destaca como referência para a ciência conservadora Sir Karl Popper, cujo triunfo teria sido provar que o marxismo não seria ciência e que as revoluções não existem. Boa parte da ciência do século XX segue este viés antimarxista. Praticamente toda a filosofia da ciência se desenvolve dentro do paradigma ditado pelos pensadores de Oxford, Cambridge e Viena. Esta última configurava o centro do modelo aristocrático dos Habsburgos – a principal casa da nobreza européia. Desse caldo teórico aristocrático é que saíram Mach, Popper, Kelsen, Wittgenstein, Hayek e outros.

Em contradição com os teóricos conservadores, Einsten inova ao ancorar a idéia de referencial a uma categoria objetiva: a velocidade da luz. A mecânica newtoniana, que praticamente monopolizava o título de disciplina científica, colocava a questão do referencial no âmbito do kantismo. Várias descobertas científicas seguem caminhos não-clássicos.

Não apenas as teorias de Einsten e dos cientistas ocidentais interessam para o desenvolvimento da dialética. A ciência na ex-União Soviética teve momentos muito importantes para o desenvolvimento geral da dialética objetiva, a exemplo de Vygotsky, Fock, Oparin … Muita coisa da experiência soviética ainda permanece desconhecida.

O estudo da ciência na ex-União Soviética é importante para se compreender melhor a relação entre as leis gerais e as particularidades específicas dos diferentes países – como se revelam as diversas condições históricas, nacionais, geográficas, econômicas, sociais, políticas e outras – necessárias à construção do socialismo.

A base técnico-material soviética, sob a forma de grande produção mecanizada, promove progressos técnicos em todos os setores da economia, onde era a velha Rússia. A base técnico-material do modelo soviético configurou um conjunto de componentes materiais e objetivos das forças produtivas (meios e instrumentos do trabalho) da nova sociedade, articulado com a tecnologia possível, acessível para as condições da época e a organização da produção social, baseada em uma propriedade socialista dos meios de produção.

A coletivização da agricultura na União Soviética envolveu um processo de associação das pequenas explorações individuais camponesas em grandes fazendas cooperativas socialistas. Foi concretizada com base no plano leninista de cooperação (1929-1932) no contexto de uma aguda luta de classes contra o latifúndio e a aristocracia rural.

A II Guerra Mundial praticamente eliminou o conjunto de jovens gerações soviéticas que poderiam dar o salto de qualidade na elaboração teórica e consolidação do novo regime. A invasão nazista sobre a União Soviética, além de promover uma destruição material significativa, promoveu uma destruição humana irreversível nos quadros necessários ao avanço da dialética e do socialismo naquele país.

Mesmo assim se percebe que o acúmulo científico alcançado principalmente no período pré-II Guerra continuou fazendo frutos. A teoria da origem da vida de Oparin, a primeira generalização conseqüente, materialista-dialética, sobre a categoria filosófica vida, representa uma conquista não só do povo soviético, mas também algo que orgulha todos os cientistas do mundo, e uma evidência de avanço científico, mesmo em áreas controversas, por um caminho dialético.

O desenvolvimento das lógicas não-clássicas

O desenvolvimento das lógicas não-clássicas podem estimular reflexões sobre elementos para operacionalização da dialética. Especialmente as lógicas rivais da lógica clássica trazem à luz maneiras de pensar diferentes do modelo tradicional difundido pela ocidentalidade, a exemplo das lógicas paraconsistentes e a dialética de Hegel.

As lógicas complementares da lógica clássica são as maneiras de pensar que desenvolvem alguns aspectos do corpo clássico, abordando novos problemas filosóficos. Aqui a sintática da lógica tradicional é modificada. As linguagens basilares clássicas são expandidas pela agregação de novos conceitos, operadores e símbolos. Isso acarreta alguns retoques semânticos, para melhor enquadrar a dimensão semântica às novas sintáticas. Embora as mudanças sejam, sob certos aspectos, marginais, os problemas semânticos e filosóficos decorrentes têm incentivado pesquisas interessantes.

Entretanto, as lógicas complementares da clássica não alteram as leis nucleares da lógica tradicional – aquelas desenvolvem-se mantendo fiéis aos princípios desta.

A lógica modal, por exemplo, é uma lógica complementar à lógica clássica. Mesmo remontando as suas origens a Aristóteles, a lógica modal só foi acessada por alguns historiadores e membros cultos do clero, até ter um ressurgimento em Leibniz, através da idéia dos mundos possíveis, sendo recentemente formalizada por Kripke, que, em 1963, construiu a semântica dos mundos possíveis.

Lewis (1915) retomou aos modos de Aristóteles e construiu cinco sistemas modais, os sistemas de Lewis, nos quais as noções de necessidade, possibilidade, impossibilidade e contingência são encaradas como relativas a uma certa linguagem. Um desses sistemas, o Ss (sistema quinto de Lewis), trabalha com conceitos próximos da linguagem usual. Nele existem quatro modos para uma sentença ser verdadeira: necessariamente verdadeira, impossivelmente verdadeira (tem de ser falsa), possivelmente verdadeira (que não é impossível) e contingente (não é necessária nem impossível).

Esse caminho lógico acrescenta operadores novos aos clássicos e flexibiliza a lei do terceiro excluído.
Tem no seu escopo a pretensão de abordar sintaticamente uma semântica dos mundos possíveis e o problema da contingência. Como problemas derivados da contingência aborda a necessidade e a possibilidade, ou seja, modos não originariamente clássicos).

Acrescenta à lógica tradicional, portanto, operadores modais que expressam os conceitos lógicos de necessidade, de possibilidade e de contingência, modificando o modo clássico de uma sentença ser verdadeira.

As lógicas rivais da clássica procuram soluções para as deficiências e limitações inerentes à lógica tradicional. Existem diversas lógicas rivais da clássica que substituem pelo menos uma das leis fundamentais do pensamento (clássico). Até o surgimento de tais lógicas, para alguns parecia ser impossível haver pensamento racional – logicamente concatenado – sem lei de identidade, lei da não-contradição e lei do terceiro excluído. As lógicas rivais da clássica sugerem a necessidade da libertação da razão dessa tradição milenar. Dentro de uma tradição terminológica dialética a idéia de síntese-antítese traduziria melhor a idéia de lógica rival utilizada pelos lógicos.

Há sistemas que derrogam o princípio da não-contradição. A maioria das lógicas paraconsistentes se enquadra nesse eixo de enfoque, e têm servido para fundamentar novas teorias fora dos padrões lógicos tradicionais e inconsistentes.

A lógica paraconsistente afirma que as teorias inconsistentes não devem ser descartadas unicamente por se evidenciarem inconsistentes, por infringirem o princípio da contradição. Essa afirmação acarreta as mais variadas conseqüências filosóficas e contradiz um paradigma que vem governando a razão humana há dois milênios – o paradigma da não-contradição. A devida atenção para a existência de teorias que foram aceitas mesmo se manifestando inconsistentes tem precedentes, como no caso do modelo atômico do físico Niels Bohr (o átomo consiste de um núcleo material em tomo do qual giram elétrons).

A lógica paraconsistente ganhou notoriedade no Brasil a partir de 1953 com Newton da Costa, que começou a investigar os sistemas paraconsistentes por meio de instrumentos e técnicas da lógica contemporânea – admitindo e operando com proposições logicamente contraditórias.
Da Costa levanta uma questão de longo alcance:

"A Lógica, em seu estado de desenvolvimento hodiemo, comprometenos com posições filosóficas, em particular com estruturas ontológicas
definidas? " (Costa, "Lógicas não clássicas ou heterodoxas", in Princípios, n. 23)

No universo da lógica paraconsistente encaixa-se também Vasiliev, professor de filosofia na Universidade de Kazan (Rússia). Ele publicou, entre 1910 e 1913, uma série de artigos sobre a possibilidade de derrogação de algumas formas da lei do terceiro excluído e da lei da não-contradição, e sobre a possibilidade de construção de lógicas onde essas leis não fossem válidas em geral.

Segundo ele, a lei do terceiro excluído teria aparecido na mente de Aristóteles com o objetivo de refutar seus adversários, e não por razões lógicas. Vasiliev mostra que é possível substituir o princípio do terceiro excluído em sua formulação (duas proposições contraditórias não podem ser ambas verdadeiras e não podem ser ambas falsas) mantendo o princípio da não-contradição. Seu trabalho começa com uma nova classificação dos juízos em juízos sobre os fatos (aqueles que expressam um fato que ocorre em um instante fixo de tempo) e juízos sobre conceitos (aqueles que expressam leis não-temporais), e conclui que a lógica de juízos sobre conceitos é um tipo de lógica não-aristotélica. Argumenta que existem apenas três tipos distintos de juízos sobre conceitos e introduz um tipo de lei do quarto excluído: para todo conceito e todo predicado, apenas um desses julgamentos deve ser verdadeiro, e um quarto julgamento não pode ser formulado. (Arruda, 1991)

Vasiliev discute também a substituição do princípio da não-contradição e a conseqüente possibilidade de construção de uma nova lógica na qual essa lei não seria válida. Ele acreditava que as contradições não existiam num mundo verdadeiro, porém existiam em um mundo imaginário. AfIrmava que a lógica aristotélica se referia ao mundo real, enquanto sua lógica imaginária referia-se a mundos criados pela imaginação. Supõe, então, a existência de mundos imaginários de qualquer dimensão lógica finita, os quais podem ser descritos por uma lógica de dimensão determinada (n), com juízos de n diferentes qualidades e com uma lei ontológica do (n+ 1)ésimo excluído. Na lógica imaginária de dimensão três, a lei ontológica da não-contradição, tomada na forma nenhum objeto pode ter um predicado que o contradiga, não seria válida, pois isso dependeria das propriedades dos objetos. Entretanto, seria válida a lei da não-autocontradição: um e o mesmo juízo não pode ser simultaneamente verdadeiro e falso. (Arruda, 1991)

Sistemas de comportamento caótico são detectados em muitos campos do conhecimento humano. A teoria do caos surgiu para compreender as flutuações erráticas e irregulares da realidade: decifrar o grande ovo do caos. Uma das características fundamentais de um sistema caótico é a chamada sensibilidade às condições iniciais. Isso significa que qualquer perturbação no estado inicial do sistema, mesmo que pequena, levará rapidamente a uma grande diferença no estado final, fazendo com que a previsão do futuro tome-se muito difícil. Porém, compreendendo o comportamento caótico, muitas vezes é possível entender de maneira geral como o sistema se comportará ao longo do tempo.

O estudo dos fractais está ligado à teoria do caos, que busca padrões organizados de comportamento dentro de um sistema aleatório.

"Na mitologia grega, caos era o estado não-organizado, ou o nada, de onde todas as coisas surgiam. Mas não era apenas o mero vácuo e sim o estado de escuridão e nebulosidade infinita." (Alves, 1994: 11)

A utilização da lógica derivada da teoria do caos se deve basicamente à aplicação da leitura fractal na busca de respostas relacionadas com conceitos de não-linearidade, descontinuidades e organizações globais a partir de pequenas unidades de informação. As fractais são concebidas como algo que apresenta auto semelhança e complexidade infinita, contendo cópias aproximadas de si mesma em cada uma de suas partes – certos objetos intrincados que possuem aplicações que ajudam, com a estatística, a compreender as flutuações econômicas e o comportamento de populações, por exemplo.

A leitura do mundo pelo método da teoria do caos explora as relações semelhantes entre a parte e o todo. Permite uma generalização lingüística pela auto semelhança entre conceitos, como o de fractalização nos limites da fragmentação conceitual e da idéia de diluição e digitalização das imagens e dos conceitos.

Ainda é recente o caminho da teoria do caos, e há uma tendência à sua utilização em várias áreas do conhecimento graças ao seu casamento com a informática e a possibilidade de se trabalhar com uma enorme quantidade de informação em pouco tempo. Mas a possibilidade de se lidar de forma mais satisfatória com sistemas complexos já representa uma conquista pela sua capacidade de relacionar o complexo a suas infinidades particulares.

Em Hegel se apresenta uma crítica e ao mesmo tempo uma síntese global do processo iniciado pelo empirismo inglês – que tivera íntimas relações com a revolução industrial e pelo racionalismo francês – que desembocara na Revolução Francesa.

Num contexto filosófico permeado pelas antinomias kantianas, Hegel se preocupa com o objeto histórico, a totalidade de sua abordagem e seu processo. Uma das antinomias kantianas era justamente a oposição entre ciência (natureza) e mundo histórico (homem). Kant havia reconhecido a existência de um novo objeto e problema teórico: objeto histórico.

Hegel desenvolve a dialética moderna e recupera um caminho que parecia esquecido pela ocidentalidade cristã – a visão dialética. Pensar o sujeito no tempo, racionalizar a história e encarar a historização da razão são desafios hegelianos. Pensar não apenas o sujeito pensante, congelado no tempo para o experimento: pensar o sujeito que se transforma, pensar o movimento de uma razão dinâmica, com o desafio de não cair no relativismo absoluto. A filosofia, por essa época, passa a ter um objeto próprio e passa a ter a meta de estudar o todo, do qual o objeto das ciências é uma parte.

Hegel rechaçou de sua filosofia o raciocínio matemático, impregnado – em sua opinião – de arbitrariedade, de constitutivismo irreal. Afirmava assim o direito absoluto da dialética especulativa. Nele a lógica se absorve na dialética. Não ocupa um degrau próprio, um nível específico. O princípio do espírito/idéia é o próprio entendimento da realidade como espírito/idéia absoluta.

"Por outro lado, é igualmente importante que a filosofia tome nota de que o seu conteúdo não é mais nenhum senão o que originariamente se produziu ou se produz no domínio do espírito vivo, conteúdo que se tornou mundo, mundo externo e interno da consciência – isto é, de que o seu conteúdo é realidade (a realidade em ato). Chamamos experiência à primeira consciência desse conteúdo. Uma inteligente consideração do mundo distingue já, no amplo reino da existência externa e interna, o que é unicamente aparência fugaz e insignificante, e o que em si merece verdadeiramente o nome de realidade. Visto que a filosofia se distingue só pela forma, de todo o outro tornar-se consciente deste único e mesmo conteúdo, é, pois, necessária a sua consonância com a realidade e a experiência. Mais ainda esta consonância pode considerar-se como uma pedra-de-toque, pelo menos extrínseca, da verdade de uma filosofia, da mesma maneira que se deve olhar como fim último da ciência o produzir, mediante o conhecimento de tal consonância, a reconciliação da razão auto consciente com a razão que simplesmente é, com a realidade.

No prefácio à minha Filosofia do direito, p. XIX, encontram-se as proposições:
"O que é racional é real, e o que é real é racional." (Hegel, 1817: 73n4);
"O movimento da consciência, tal como o desenvolvimento de toda a vida natural e espiritual, assenta na natureza das entidades puras, que constituem o conteúdo da lógica". (Unin, 1929: p. 92); "O lógico, segundo a forma, tem três aspectos: o abstrato ou intelectual; o dialético ou negativo-racional; o especulativo ou positivo-racional. Estes três aspectos não constituem as três partes da lógica, mas são momentos de todo o lógico-real, de todo o conceito ou de todo o verdadeiro em geral." (Hegel, 1817: 134)

Em Hegel a dialética aparece como associada à idéia de processo lógico e à idéia do dínamo de tal processo. Na idéia absoluta/espírito absoluto parecem se unir razão e processo. A dimensão do logos envolve o processo e a dimensão relacional processual passa a ter uma lógica, uma dialética.
"A dialética considera-se ordinariamente como uma arte extrínseca, a qual, mediante o arbítrio, suscita uma confusão em conceitos determinados e nestas uma simples aparência de contradições, de maneira que não estas determinações, mas esta aparência é um nada e, pelo contrário, o intelectual é o verdadeiro. Muitas vezes, a dialética também nada mais é do que um sistema subjetivo em que o raciocínio vai e vem; onde falta o conteúdo e a nudez é coberta pela sutileza, que gera tal sofismar.

No seu caráter peculiar, a dialética é, pelo contrário, a natureza própria e verdadeira das determinações
do entendimento, das coisas e do finito em geral. A reflexão é, em primeiro lugar, o ir-além da determinidade isolada e um referir-se da mesma pelo qual ela se põe em relação, mantendo-se, de resto, no seu valor isolado. A dialética, pelo contrário, é este ir-além imanente, em que a unilateralidade e a limitação das determinações do entendimento se apresenta como aquilo que ela é, saber, como a sua negação. Todo o finito é isto: suprimir- se a si mesmo. O (elemento) dialético forma, pois, a alma motriz do progresso científico e é o princípio mediante o qual unicamente a conexão e a necessidade imanentes penetram no conteúdo da ciência, da mesma maneira que nele reside em geral a elevação verdadeira, não extrínseca, sobre o finito.

O (momento) especulativo ou positivo-racional apreende a unidade das determinações na sua oposição; é que se contém de afirmativo na sua solução e na sua passagem.

A dialética tem um resultado positivo, porque possui um conteúdo determinado, ou porque o seu resultado não é o nada vazio e abstrato, mas a negação de certas determinações, que estão contidas no resultado justamente porque este não é um nada imediato, mas um resultado.

O racional é, pois, se bem que algo de pensado, e também de abstrato, ao mesmo tempo um concreto, porque não é unidade simples e formal, mas unidade de determinações diversas. A filosofia não lida com simples abstrações ou pensamentos formais, mas só com pensamentos concretos.

Na lógica especulativa está contida a mera lógica do entendimento, que daquela se pode imediatamente tirar; para isso, basta apenas deixar de lado o (elemento) dialético e racional; assim ela transforma-se no que é a lógica ordinária, uma história (Historie) de várias determinações do pensamento reunidas em conjunto, que, na sua finidade, se admitem como algo de infinito." (Hegel, 1817: 135/36)

A identidade e a diferença nas pespectivas de Hegel:

"A essência aparece em si ou é pura reflexão; por isso, é apenas referência a si, não enquanto imediata, mas como reflexa – identidade consigo. Esta identidade é identidade formal ou identidade de entendimento, enquanto a ela se adere e se abstrai da diferença. Ou antes, a abstração é o pôr da identidade formal, a transmutação de algo em si concreto para a forma da simplicidade – ou porque se abandona
(por meio do dito analisar) uma parte do múltiplo, que existe no concreto, e apenas se salienta um dos elementos da mesma, ou porque, em virtude da omissão da sua variedade, as múltiplas determinidades se reúnem numa só. [ … ] A essência é apenas pura identidade e aparência em si mesma enquanto é a negatividade que a si mesma se refere e, portanto, a sua repulsa de si mesma; contém, pois, essencialmente a determinação da diferença.

O ser-outro já não é aqui o qualitativo, a determinidade, o limite; mas, encontrando-se na essência que a si se refere, é a negação ao mesmo tempo como referência, diferença, posição, mediação." (Hegel, 1817: 157/8)

O século XX tem sido um grande revelador de novos paradigmas lógicos, decorrentes da tentativa de soluções para as novas demandas tecnológicas.

Em 1931, Kurt Godel balançou os esforços lógico-formais de excluir as contradições. O primeiro resultado dos trabalhos de Gödel é sobre os sistemas formais, que mostra não ser possível provar que qualquer teoria matemática que inclua a aritmética não contenha contradição. Grande parte das teorias matemáticas incluem a aritmética e isso faz com que não seja possível demonstrar sua consistência, ou seja, a ausência de contradições. Essa impossibilidade é intrínseca. Não é um resultado não demonstrado, que em outro momento histórico poderia vir a ser efetivamente demonstrado, mas, pelo contrário, a prova de Godel demonstra a impossibilidade da ausência de contradições. O segundo resultado dos trabalhos de Gödel é a demonstração da incompletude dos sistemas formais. Pode-se construir, a partir de regras de formação de sentenças bem construídas de um sistema formal, enunciados que não são decidíveis. Ou seja, não se pode provar se são enunciados verdadeiros ou enunciados falsos, mesmo usando axiomas e teoremas do próprio sistema formal. (Nagel & Newman, 1973)

Os resultados de Godel podem ser generalizados. Suas conseqüências envolvem o princípio da não-contradição e o princípio do terceiro excluído. Uma prova absoluta de consistência é impossível dentro do próprio sistema formal: dentro das entranhas da lógica formal nasce, paradoxalmente, a contradição. O princípio do terceiro excluído é contrariado, pois é sempre possível construir enunciados, a partir de regras de uma teoria formal, que não são dedutíveis do conjunto de axiomas de tal teoria; e, mais ainda, com qualquer conjunto de axiomas, é ainda sempre possível construir, dentro dessa teoria formal, uma nova proposição indecidível. (Uspensky, 1987)

As contradições – mesmo com todas as tentativas de ordenar definitivamente o pensamento, a sociedade e a natureza – continuam a chamar a atenção em diversas áreas do conhecimento, e se tornam mais evidentes a cada dia. O edifício clássico parece infiltrado de contradições e impossibilidades de solução, desde os fenômenos objetivos até as construções formais. Gödel reforça os pressupostos da dialética, demonstrando limites insolúveis no edifício da lógica formal. Depois de Gödel, alegar questões lógico-formais para evitar as contradições da realidade parece um caminho sem perspectiva. Uma nova lógica poderia resolver as contradições surgidas dentro do próprio âmbito da lógica tradicional. De dentro do sistema tradicional da lógica parece vir um chamado para que algo fora do sistema tradicional resolva a contradição em que ele se meteu, ao não conseguir apreender as contradições do mundo real.

A lógica que, paralela à lógica formal, trabalha com as contradições, e que pode resolver as próprias contradições em que a lógica tradicional se envolveu, também surgiu, se desenvolveu e criticou o edifício formal- ou seja, tal lógica existe. Hegel e Gödel parecem se somar ao abordarem, respectivamente, as contradições na totalidade dialética e as contradições no sistema formal, ou seja, as contradições da idéia, no geral, e as contradições em uma idéia, em um sistema teórico.

A dialética de Marx localiza no trabalho o resgate da dignidade dos seres humanos e polemiza com as tradições da lógica dominante até então. O trabalho é categoria-chave para se problematizar a realidade: a inserção de todos os seres humanos na produção social é fundamental para a socialização da cidadania. A dialética de O capital, de Marx, ainda é válida para aqueles que procuram a substituição da lógica da exclusão por uma lógica humana?

Marx procurava compreender os elementos internos do desenvolvimento capitalista e das suas contradições, a correlação entre a política e a economia e o problema da luta de classes na sua época. Retirou conclusões de seu estudo da Revolução Francesa. O estudo da luta de classes na França naquele período de efervescência revolucionária, o entendimento profundo dessa luta e o papel que nela desempenharam as massas plebéias estimularam a sua concepção da história. Marx interessava-se principalmente pela estrutura econômica da sociedade como base da sua estrutura de classes, pela natureza das relações econômicas do mundo que o cercava e os conflitos decorrentes. Marx procurou responder à questão: como nos situamos perante a dialética de Hegel? Ressaltou o lado revolucionário dessa filosofia, e indicou, em contrapartida, a separação das formas de abstração e pensamento de Hegel da realidade. Atribuía enorme importância à crítica da concepção de Hegel sobre o Estado e o direito, que resumiria suas opiniões sobre a sociedade.

À medida que avançava no estudo da filosofia do direito de Hegel, Marx chegou à conclusão de que era necessário procurar a essência da chamada sociedade civil. Procurar a essência das relações sociais. De onde partir? Procurar na economia política: Marx evidenciava as lacunas da economia política burguesa – ela interpretava as relações capitalistas, produto histórico e transitório, como eternas e correspondentes à "própria destinação humana". Criticava a economia burguesa pelo fato dela não compreender as "conexões do movimento" por ela própria estudado, e por, em geral, interpretar fatos, fenômenos e processos sem ligação entre si como resultantes da ação de uma força ou vontade exterior.

O problema central do manuscrito Para a crítica da filosofia do direito de Hegel reside na relação entre o Estado e a sociedade civil. A solução do problema da natureza da sociedade civil e da sua atitude face ao Estado seria um passo importante. A sociedade civil seria, então, premissa do Estado, e o direito ficaria melhor explicitado por esse caminho.

Os estudos de Marx também demonstraram que há relação dialética entre a propriedade privada e o regime político, o que vai influir na conformação do direito e da lógica dominante. Ainda para Marx, não se deve criticar Hegel por ele descrever o Estado moderno tal como ele é, e sim por Hegel fazer passar aquilo que o Estado moderno é pela essência do Estado em geral.

O método hegeliano seria idealista, porque :

"Transforma o sujeito da idéia em produto, em predicado da idéia. Não desenvolve o seu pensamento de acordo com o objeto; pelo contrário, desenvolve o objeto partindo do pensamento, isto é, de algo acabado que se desenvolvera dentro dos limites da esfera abstrata da lógica". (Marx, 1927: 22)

Marx procura tomar como referencial a análise da realidade concreta, e não das premissas abstratas, a lógica das coisas, e não a coisa da lógica, como explicita em Para a crítica da filosofia do direito de Hegel. O problema da relação entre a sociedade civil e o Estado apenas podia ser resolvido depois da um estudo aprofundado da história da sociedade para esclarecer o problema no plano histórico concreto -, sem se limitar a colocá-lo no plano geral-formal.

Marx procura solucionar as contradições que constata na ótica hegeliana, desenvolvendo uma ruptura com o individualismo metodológico do pensamento liberal como um todo.

Para Marx, o concreto é concreto porque é a síntese de muitas determinações, isto é, unidade do diverso. Por isso o concreto aparece no pensamento como processo de síntese, como resultado, não como ponto de partida, ainda que seja o ponto de partida efetivo. A produção de conhecimento tem bases materiais, e o homem que o faz está situado em um modo de produção. Sua visão, sua lógica, têm relação com tal situação. São as divergências filosóficas as bases teóricas para as divergências lógicas.

Esse enfoque permite abordar elementos da relação de influências entre lógicas e sujeitos coletivos como as classes sociais.

Um exemplo de concretização dialética é a abstração do conteúdo somente para reencontrá-lo e restitui-lo teoricamente. Marx afasta qualquer conteúdo da forma da mercadoria, o valor de troca. Mostra seu caráter formal, ligando-o explicitamente à forma lógica e, depois, às propriedades duais (forma relativa, forma equivalente). Ele tenta dar um fundamento concreto ao conhecimento do capitalismo. Demonstra tomando como ponto de partida a forma lógica dialética. Por conseguinte, ele expõe – a propósito do valor de troca – a forma, a estrutura inerente a essa forma, as funções que dela resultam (circulação monetária). Depois reencontra – elucidado – o conteúdo inicialmente abstraído: o trabalho social, em seu movimento dialético e sua complexidade possível de ser trabalhada pelas infinitas categorias da dialética, e as relações sociais de produção. Assim, Marx explicita o universo da mercadoria com uma lógica simples e elegante.

Valorizar o acúmulo científico dos trabalhadores

A experiência dos trabalhadores na implementação e desenvolvimento dos processos produtivos precisa ser entendida com muita atenção.

Uma inovação ou simples adaptação de um método por parte de um operário especializado pode gerar imensos lucros para o capital.

Como generalizar a vivência dos trabalhadores com os conhecimentos científicos, novas tecnologias, novas lógicas – a exemplo das lógicas não-clássicas – , para que o núcleo mais avançado do trabalho possa utilizar essa generalização para desenvolver métodos produtivos para as grandes demandas da sociedade? Essa é uma boa questão para as pesquisas dialéticas atuais.

EDVAR LUIZ BONOTTO é mestre em filosofia do direito pela PUC-SP e tem estudos e pesquisas públicas na Sala de Lógicas Não-Clássicas/ Prossiga/CNPq.

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EDIÇÃO 45, MAI/JUN/JUL, 1997, PÁGINAS 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80