O terceiro milênio se inicia com a consagração do ardil. A mentira sistemática, industrializada, nos invade dia e noite por meios tecnológicos em constante renovação, monopolizados por um punhado – cada vez mais reduzido – de empresas.

Querem nos convencer de que chegamos a um outro mundo: a aldeia global finalmente edificada – contudo, nunca foram tão agudas as diferenças nos níveis de vida que separam as nações. Se em 1820 o PIB per capita dos países ricos era três vezes maior do que o dos pobres, hoje é setenta e quatro vezes maior. (1) O número de pessoas na miséria, atualmente, ultrapassa o total da população da Terra quando se iniciava o século XX. E essa população continuará crescendo, quase toda no Terceiro Mundo, a um ritmo de um México por ano, apesar de, em continentes inteiros, a esperança de vida ir diminuindo e em muitos países o total de habitantes se reduzir em milhões e milhões (2).

Nunca foram tantos os que passam fome e sofrem de desnutrição, ou morrem de doenças plenamente evitáveis, embora seja possível aumentar colheitas, multiplicar alimentos e desenvolver novas vacinas, medicamentos e equipamentos médicos.

Jamais os conflitos armados, a violência e a criminalidade foram disseminados como nestes anos em que não terminam as mentiras sobre uma nova ordem internacional de paz e estabilidade.
Supõe-se que os governos não intervenham – não podem nem devem fazê-lo – e que somente operem com a “mão invisível” do mercado; que a iniciativa privada por si só, sem as odiosas regulações, nem os incômodos entraves burocráticos, se encarregue de distribuir felicidade e bem-estar. A política deve ficar em segundo plano, dando liberdade absoluta aos mercadores.

Esta é, talvez, a maior das mentiras. Jamais houve governantes tão fortes e intervencionistas. Não renunciam ao exercício da autoridade, nem a política abandonou seus antigos foros. Apenas a sua função foi completamente invertida. Os mercadores “estão dentro do templo” e o dirigem.
Não é verdade que o Estado tenha desaparecido e que em seu lugar tenha se estabelecido toda sorte de anarquias universais. Na realidade, a nova ordem internacional é resultado de imposições governamentais. Concretamente, é conseqüência da indiscutível hegemonia de um governo que tem nome e sobrenome: o que dirige o império norte-americano.

Nunca, em nenhum outro momento da história, um grupo de indivíduos teve poder comparável. Tal poder é exercido sobre aliados e adversários nas relações econômicas e nas instituições internacionais; maneja governos estrangeiros transformados em dóceis instrumentos; e afeta os trabalhadores e o povo norte-americano, dos quais extrai, hoje, mais ganhos ilícitos do que em qualquer outra época, e a quem esmaga sob um sistema que os terceiromundiza e aliena. No país mais rico e poderoso, 43 milhões de pessoas carecem de seguro médico, uma parte significativa da população vive na miséria e a educação está em crise. Não é melhor o acesso às novas tecnologias.

Segundo uma pesquisa publicada recentemente pela Universidade de Massachussetts, em várias comunidades urbanas do Nordeste dos EUA – que inclui Nova York e Boston – 56% dos entrevistados conhecem “pouco, ou nada” sobre a Internet e 80% estão ansiosos por conhecê-la. Segundo o Departamento de Comércio, apenas 16% das famílias latinas e 19% das afro-americanas têm acesso a ela.

Trata-se de instaurar uma ditadura global da qual nem a Organização das Nações Unidas escapa. Se Washington impedir, a ONU nada fará para tornar realidade suas próprias decisões, discutidas e aprovadas democraticamente. O conflito do Oriente Médio também envolve uma interminável sucessão de resoluções não respeitadas, e ninguém reclama para que sejam cumpridas. Não passam de letra morta os compromissos de cooperação para o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos: para esse fim, quase não se refere à modesta promessa de entregar 0,7% do PIB. As solenes declarações subscritas em Conferências extraordinárias dos Chefes de Estado sobre questões vitais para a humanidade são textos esquecidos ou abertamente repudiados; como é o caso – para usar apenas um exemplo – dos problemas de contaminação do meio ambiente, o aquecimento terrestre e as mudanças climáticas.

Embora dediquem grande parte do seu tempo, e recursos, para vigiar processos eleitorais, a ONU e a OEA sequer se inteiraram sobre a mais escandalosa fraude eleitoral que acaba de ocorrer, precisamente no país onde tais organizações têm suas sedes. Não se ocuparam sobre esse assunto, apesar de ter ocorrido todo tipo de violações, até o fato de privar do direito ao voto aproximadamente 180 mil eleitores. O super-Estado mundial é administrado, atualmente, por um regime carente de respaldo moral e desprovido de legitimidade. Os Estados Unidos dizem ter um sistema político pretensamente superior, que quer impor ao mundo inteiro como modelo exclusivo. Mas antes esgotou todo o conteúdo do ideal democrático – tudo estaria reduzido ao que denominam eleições competitivas.

Depois, com a crescente mercantilização da política, transformou tais competições numa farsa, da qual a maioria do povo não participa. Agora, essa farsa foi transformada num espetáculo vergonhoso e antidemocrático. Há tempos, Hans Kelsen desmascarou o caráter fictício da chamada democracia representativa, mas, dificilmente poderia imaginar o vergonhoso lodaçal em que se encontra submersa.

A nova administração, engendrada de modo tão devasso, ameaça o mundo com novos e maiores perigos para a paz e a sobrevivência humana. Entre os seus noticiados planos inclui-se a anulação do tratado ABM e o desenvolvimento do chamado sistema nacional de defesa estratégica, isto é, o desenvolvimento de novos mísseis nucleares para enfrentar adversários inexistentes. É o retorno à guerra nas estrelas concebido por Reagan durante a guerra fria. Trata-se de desencadear outra carreira armamentista sem justificativa nem sentido. A guerra nas estrelas, ultramoderna, uma excrescência nuclear, não exclui o uso de urânio e outros meios para aniquilar o homem e os lugares onde vive.

Existe, também, uma guerra à maneira antiga para colonizar e reprimir. Para prepará-la, dotam seus exércitos com técnicas de invasão e ocupação de territórios alheios, e submetem ao martírio a ilha portorriquenha de Vieques.

O governo do Império está nas mãos dos principais mercados capitalistas, serve e representa apenas a um grupo de indivíduos: os mais ricos entre os ricos. Exige que ninguém se interponha e que sua vontade seja acatada por todos.

O FMI, o Banco Mundial, e outras entidades semelhantes são suas principais ferramentas. Atuam como instrumentos eficazes e implacáveis de uma estrutura vertical de dominação, pirâmide da qual não se pode ver o cume.

Para se impor desmantela qualquer outra autoridade. Desregular, privatizar e abrir os mercados, eliminar os subsídios, reduzir o gasto social, deixar fazer; são as ordens que dita aos demais por meio de instituições internacionais, cujos mecanismos controla. Para que haja o supergoverno, é preciso que ninguém mais governe. De passagem, convertidas em dogmas, algumas dessas ordens – nem todas mas certamente aquelas mais convenientes ao aumento de seus privilégios – também são aplicadas aos trabalhadores norte-americanos.

O neoliberalismo é o começo do fim da democracia representativa. O caráter fictício que ela sempre teve em sociedades baseadas na desigualdade, aparece agora completamente nu. Ainda pretende iludir as pessoas, mas é muito difícil apresentar o Estado neoliberal como representante do povo. Já não há cidadãos, mas sim consumidores. Os pobres, os excluídos, são os novos bárbaros, estrangeiros carentes de direitos.

A abstenção eleitoral predomina e, em alguns países, torna-se a principal tendência política. Seu enfrentamento à maneira capitalista intensifica a mercantilização, transforma dinheiro em grande eleitor e aumenta, inevitavelmente, a corrupção.

O abstencionismo não reflete apenas a resistência que alguns setores de uma população politicamente consciente opõem ao sistema. Para milhões de cidadãos dos países capitalistas, de qualquer forma há um longo caminho a ser percorrido antes de se alcançar, verdadeiramente, a liberdade eleitoral. O caso norte-americano é ilustrativo: seu sistema eleitoral foi desenvolvido precisamente para que apenas uma parte dos cidadãos tenha a condição de eleitor e para que somente uma parte destes – aquela que puder ser manipulada pelas máquinas partidárias – exerça efetivamente o direito ao voto. Desde a sacrossanta norma de toda eleição ocorrer numa terça-feira de trabalho até o complexo enredo de restrições federais, estaduais e regionais, tudo foi concebido para que o eleitorado seja predominantemente branco, anglo-saxão, e de renda média ou alta. Quando se consegue mobilizar milhares de novos eleitores negros, como ocorreu em 7 de novembro passado, recorre-se a tudo, inclusive à polícia, para impedi-los de votar, ou, simplesmente não se registram seus votos ou não se permite que reclamem. Que o povo não conta nesse sistema ficou demonstrado com o modo que foi encarado – e resolvido – o maior escândalo da história política dos EUA. Ninguém pensou em fazer aquilo que devia ser elementar: voltar a realizar eleições na Flórida ou, pelo menos, nas circunscrições onde houve denúncias de irregularidades. Isso seria o equivalente a reconhecer ao povo uma prerrogativa que não possui: decidir sobre se seus direitos políticos devem limitar-se apenas a que uma parte dessa população visite as urnas uma vez a cada quatro anos. Por isso, nenhum dirigente, democrata ou republicano, nenhum dos membros desse partido único, que Nader batizou de Republicrata, fez essa proposta. Não exigiram também investigação sobre as numerosas fraudes e flagrantes violações dos direitos de dezenas de milhares de eleitores, a maioria afro-americana. Seis semanas de manobras e disputas giraram sobre apenas um ponto: recontar ou não as cédulas de votação daqueles a quem foi permitido votar. Finalmente, depois de ter recebido instruções, seguramente, da plutocracia – que lá exerce o poder real –, as direções de ambas as facções dividiram entre si os recursos e os poderes do Senado, proclamaram vitorioso um candidato que não havia recebido mais de 52% dos votos contados, e se uniram para entonar elogios à democracia representativa. Desse modo, nega-se à maioria dos cidadãos, efetivamente, o direito de eleger seus supostos representantes.

Mas as sociedades capitalistas desenvolvidas não são compostas apenas de pessoas nativas. Delas também fazem parte milhões de estrangeiros, residentes legais ou ilegais, que trabalham mais do que ninguém, produzem riquezas, mantêm serviços, engrossam os exércitos e sofrem com as condições, muitas vezes brutais, de exploração e discriminação e que, por não possuírem cidadania, carecem daquele magro direito. Para eles não há sequer a fantasia da representação. Trata-se de uma parte substancial da população desses países com uma taxa de natalidade mais elevada. Em informe divulgado nos últimos dias de 2000, a CIA (Agência Central de Inteligência) dos Estados Unidos estima que, hoje, os estrangeiros representam, em média, 15% da população desses países; e essa porcentagem aumentará sensivelmente pois a emigração é um dos fenômenos decisivos da evolução do mundo nos próximos anos. Nem a CIA possui dados exatos sobre a sempre crescente imigração ilegal ou sobre as incontáveis vítimas do comércio clandestino de mulheres e crianças. Este último, o da nova escravidão de mulheres prostituídas e crianças submetidas ao trabalho forçado, traço distintivo da pós-modernidade, atrai a atenção de muitos estudiosos; entre eles a ONU, cujos cálculos, em 1998, estimavam para esse tráfico 4 milhões por ano.

A migração é um notável exemplo de manipulação da informação. Todo o mundo conhece o fato de o muro de Berlim ter sido demolido. Todavia, muito pouco se sabe sobre o muro que começou a surgir, depois, na fronteira norte-americana com o México – cenário de um número maior de mortes, cuidadosamente silenciadas pelos meios de comunicação de massa. Somente na Califórnia, entre 1994 e 1999, foram encontrados 759 imigrantes mortos. Estes, pelo menos, foram contados. Ninguém apresentou dados sobre os que foram engolidos pelo deserto ou morreram em outras partes da grande fronteira. Entretanto, o Consulado mexicano, em San Diego, continua se ocupando principalmente em recolher cadáveres. (4)

A expansão do uso de novas tecnologias fomenta, além disso, outras formas de extinção que afetam tanto os trabalhadores dos países periféricos quanto os dos centros dominantes. Já se fala em nômades do século XXI, ou cibernômades: trabalhadores temporários ou com contratos especiais que se somam à corrente migratória, ou que já nos seus países vendiam sua força de trabalho a multinacionais instaladas no exterior. A outra face da moeda são os trabalhadores e empregados dos grandes centros industriais que tiveram seu tempo médio de permanência no emprego de mais de 23 anos há meio século, para menos de 4 anos na última década. Segundo estudo do IMT, 25% dos operários dos Estados Unidos trabalham em horário parcial; na Califórnia essa é a condição de 2/3 da força trabalhadora.

O capitalismo neoliberal tende a apagar o que separa seus cidadãos de seus bárbaros. Os primeiros, têm privilégios, conseguem superar obstáculos, ser considerados eleitores, mas, apenas para escolher candidatos fora de seu controle que formarão assembléias perfeitamente sujeitas ao poder do dinheiro. Contudo, uns e outros são impotentes diante do que Thomas Friedman qualificou de “ansiedade definitória da globalização”, isto é, “o temor à mudança rápida procedente de um inimigo ao qual não se pode ver, tocar ou sentir – a sensação de que sua vida possa ser modificada a qualquer momento por forças econômicas e tecnológicas anônimas”. (5)

No fundo, estamos diante do desenlace de uma antiga questão. Com a derrota do socialismo real, o Império acredita ser também possível confundir o ideal democrático. Já não lhe parecem indispensáveis as concessões e as manobras para enfrentar os anúncios de um regime verdadeiramente popular. Agora, torna-se mais útil do que nunca a antiga falácia sobre a delegação de autoridade como início e fim do sistema. A democracia representativa saiu vitoriosa da guerra fria. Ou seja, o modelo político que reduz a participação do povo no governo da sociedade, estritamente, à representação. Todo triunfo dos seus ideólogos, todo colossal esbanjamento de propaganda sobre o fracasso do socialismo e o fim da história, não refletem outra coisa se não a necessidade – vital para o grande capital – de convencer a multidão de que a milenária aspiração da humanidade se esgota, de tempos em tempos, com a participação de alguns em um colégio eleitoral. A representativa seria a única democracia possível. E, como já venceu seu terrível inimigo, não há mais nada a ser feito; a longa marcha pela democratização deve ser detida.

É preciso reconhecer os indubitáveis êxitos acumulados durante a última década. Nunca, em tão curto espaço de tempo, haviam sido adotadas tantas decisões que afetam profundamente tanta gente que não tem com quem contar. Dessa forma, se vigorarem as diretrizes do FMI e do Banco Mundial, subsídios serão eliminados; programas sociais desaparecidos; escolas e hospitais fechados; medidas econômicas e financeiras de austeridade implantadas; fábricas e serviços privatizados; estradas, cárceres e cemitérios vendidos; empresas arruinadas e dissolvidas; a moeda nacional renunciada; recursos naturais entregues; e os países submetidos a mercados alheios. Por mais que se fale sobre a liberdade e o livre fluxo das idéias, o capitalismo neoliberal sofre da incurável agorafobia. Não resiste à idéia do homem organizado, unido, atuando como um conjunto coerente e motivado. Brzezinski prognosticava sobre os indivíduos isolados, entes separados, sem sindicatos, partidos ou periódicos que os agrupassem: dos mesmos poderiam “ser manipuladas as emoções e controlada a razão” (6) e realizar o verdadeiro “sonho americano”: “fabricar a tolerância”. Muito antes de ter nascido a mãe da ovelha Dolly, os cientistas do capitalismo já sonhavam com a clonagem mental em seus laboratórios ideológicos.

Contudo, sua contenda é irrealizável. Obedecendo a uma estranha lei, os pobres, os miseráveis, os marginalizados – aqueles a quem querem excluir e eliminar –, se multiplicam e avançam até cercar a fortaleza dourada dos que, inutilmente, pretendem fazê-los desaparecer. Depois de tudo, que outra coisa possuem se não a capacidade de reproduzir sem parar uma espécie que se recusa a ser extinta?

Como pode atribuir perenidade a si mesmo um sistema que esmaga nações inteiras e atenta contra a vida e marginaliza seus próprios cidadãos? Não pode perdurar uma sociedade na qual o homem é esquecido.

Ao ultrapassar os limites de seu afã por lucro e cobrir todo o Planeta, o capitalismo suscita um dilema crítico: ou sua voracidade ilimitada arrasa a natureza e a civilização ou acaba, definitivamente, com esse louco afã para que se possa chegar a uma nova sociedade, justa, verdadeiramente humana. Meio século depois, retorna como uma certeza a tão criticada profecia de Schumpeter: “inevitavelmente, surgirá uma forma de socialismo da, igualmente inevitável, decomposição do capitalismo”.

Para se decompor e iniciar o seu declínio, o capitalismo teria, primeiro, de triunfar e chegar ao seu máximo desenvolvimento, abolindo todas as restrições e impondo-se universalmente.
Todavia, não cairá por si só. É preciso se esforçar para antecipar o surgimento de uma ordem verdadeiramente humana.

Devem ser desenvolvidas novas formas e novos métodos de luta que incluam as possibilidades de comunicação e intercâmbio instantâneos oferecidos pela atual tecnologia. A batalha contra o Acordo Multilateral de Investimentos constituiu-se numa importante experiência que pode levar a outras ações indispensáveis.

Pela primeira vez, as lutas das nações oprimidas e as dos assalariados dos países dominantes podem convergir na mesma direção; e, junto a eles, os setores e grupos religiosos e os marginalizados por qualquer motivo, e todos os que desejam preservar a vida e são capazes de amar e criar.

Antes, nunca foi possível conceber uma frente abrangente de todo o conjunto da humanidade.
É necessário erradicar todo tipo de sectarismo, qualquer atitude estreita e mesquinha, qualquer visão provinciana e excludente. É preciso uma nova Internacional que inclua todos os que buscam um mundo solidário e livre, em harmonia com a natureza, que respeite plenamente a dignidade de cada mulher e de cada homem. A civilização desaparecerá se não conseguirmos derrotar o Império, se não formos capazes de abrir espaço para o humanismo. O futuro será socialista ou, então, não haverá futuro.

Um socialismo diferente, multicor, que não surgirá como imposição dogmática, não será reprodução ou cópia de ninguém, mas sim, como gostaria Mariátegui, uma “heróica criação” de cada povo. Será o auge da democracia, a realização dos sonhos, dos ideais, das utopias que animaram o ser humano ao longo dos séculos.

Num dia como hoje, em Cuba, nasceu José Martí, que nos ensinou: “A Pátria é a Humanidade”. Ele era uma criança quando em 1868 nós, cubanos, juramos “guerra e morte à exploração e à discriminação do homem pelo homem”, e demos início à nossa Revolução. Pouco antes de sua última batalha, confiante e lúcido, nos transmitiu esta frase – na época, promessa; hoje, missão e certeza: “Conquistaremos a justiça completa”.

Ricardo Alarcón de Quesada é presidente da Assembléia Popular da República de Cuba. Este texto reproduz parcialmente sua intervenção no Fórum Social Mundial 2001. Tradução de Maria Lucília Ruy.

Notas

(1) DICKSON, Martin. “Global inequality”. In: Financial Times. 22 de setembro de 2000.
(2) Global trends 2015: A dialogue about the future sith nongoverment experts. Agência Central de Inteligência dos EUA. Dezembro de 2000.
(3) Falling through the net: toward digital inclusion. Departamento de Comércio dos EUA. Outubro de 2000.
(4) GOLDSBOROUGH, James.
“Out of Control Immigration”.
In: Foreign Affairs. Set./Out.-2000.
(5) The Lexus and olive tree. Nova Iorque, 1999.
(6) Between two Ages – America’s role in the Technetronic Era. Nova Iorque, 1970.

EDIÇÃO 61, Mai/Jun/Jul, 2001, PÁGINAS 14, 15, 16, 17, 18