Diante da falência generalizada do modelo neoliberal imposto ao país pelos dois governos de FHC todos os candidatos apregoam alterações e mudanças, até mesmo José Serra – ele que é o candidato do Palácio do Planalto e do continuísmo. As consequências do fracasso do neoliberalismo é a divisão das classes dominantes que sustentaram e se beneficiaram da era FHC, e parte dessas forças do atraso agora estão incorporadas à candidatura de Ciro Gomes.

Princípios – que na última década travou uma luta teórica e política, em certo sentido pioneira, contra o projeto neoliberal e o governo FHC – está novamente engajada na luta pela vitória do Brasil e do povo. Contra o continuísmo, a verdadeira mudança é representada pela Frente Lula Presidente, tanto por seu conteúdo programático de caráter democrático, popular e patriótico, quanto pelas forças sociais e políticas que a constituem. Lula, por ter uma vida inteira dedicada à valorização do trabalho e à defesa da nação, é o candidato em que o povo pode confiar. E seu vice, José de Alencar, representa os setores produtivos do empresariado prejudicados por aquele projeto desnacionalizador e que defendem o desenvolvimento nacional.

Esta edição expõe a herança perversa dos oito anos de governos FHC: a soberania nacional aviltada pela tutela do FMI, a economia totalmente vulnerável e dependente de capitais externos, um dívida pública gigantesca e o povo exposto ao desemprego, à violência e à miséria.

Publica também uma entrevista exclusiva com Lula e um artigo do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, no qual expressa a convicção e a funadamentação de que é possível vencer as eleições e, efetivamente, mudar os rumos do país com a conquista de um governo – que assegure a soberania nacional, a democracia e garanta ao povo brasileiro a vida digna que ele tanto merece

João Amazonas continua na obra que deixou

No dia 27 de maio último parou de bater o coração de João Amazonas de Souza Pedroso, um dos maiores líderes dos comunistas de nosso tempo. Sua existência de 90 anos é sintetizada em três palavras: honra, coragem e coerência. Uma vida longa e frutífera que, desde a metade dos anos 30, desempenho importante papel nos principais acontecimentos da história nacional. O maior legado que deixou foi a construção do Partido Comunista do Brasil – PCdoB. Um partido hoje , em crescimento e expansão, enraizado no povo brasileiro, respeitado pelas forças democráticas, e populares e pelo movimento comunista e revolucionário internacional.

Como marxista-leninista sempre teve a convicção de que “sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário”. Sua capacitação teórica e acuidade crítica foram imprescindíveis em momentos difíceis da luta pelo socialismo.

Assim, em sua trajetória de dirigente partidário, valorizou a elaboração teórica e a luta de idéias. Em 1981 estimulou o PCdoB a criar, e ajudou a consolidar, nossa revista, que agora alcança sua edição de número 66. desde sua fundação, foi seu diretor e editor. A revista faz nesta edição uma homenagem ao seu criador .

Uma vida tão prodigiosa não se dissipa com a morte, e sua existência propaga-se na obra que deixou.

Comissão Editorial

EDIÇÃO 66, AGO/SET/OUT, 2002, PÁGINAS 3