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    Comunicação

    Mundo novo

    Sabe que alegria pousou aqui em meu relógio e eu te espero como espero o dia? Dormindo? Não, chorando, mundo novo, que tu me chegas aos olhos como lágrimas na comoção dessas mãos abatidas caídas; como fumo que rola da boca na gosma do cuspe pelos dentes pelo próprio ouvido da noite que te cala […]

    Sabe que alegria pousou aqui
    em meu relógio
    e eu te espero
    como espero o dia?
    Dormindo?
    Não, chorando, mundo novo,
    que tu me chegas aos olhos
    como lágrimas na comoção
    dessas mãos abatidas
    caídas;

    como fumo que rola da boca
    na gosma do cuspe
    pelos dentes
    pelo próprio ouvido da
    noite que te cala assim,
    nos machados
    mais sangrentos da prisão

    E desalmado, atento,
    te fixo nas paredes da solitária
    enquanto vou sangrando nos olhos
    um pouco do sangue vermelho
    que me pingaste na alma.

    E numa rosa vermelha
    te encontro
    mundo novo:
    como povo que te espera
    na esfera do dia.

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