Sabe que alegria pousou aqui
em meu relógio
e eu te espero
como espero o dia?
Dormindo?
Não, chorando, mundo novo,
que tu me chegas aos olhos
como lágrimas na comoção
dessas mãos abatidas
caídas;

como fumo que rola da boca
na gosma do cuspe
pelos dentes
pelo próprio ouvido da
noite que te cala assim,
nos machados
mais sangrentos da prisão

E desalmado, atento,
te fixo nas paredes da solitária
enquanto vou sangrando nos olhos
um pouco do sangue vermelho
que me pingaste na alma.

E numa rosa vermelha
te encontro
mundo novo:
como povo que te espera
na esfera do dia.