Onde está a verdade?
“(…) Um provérbio grego vaticina que diante da verdade há três tipos de pessoas que erram: as que não sabem e não perguntam; as que sabem e não ensinam; e as que ensinam e não praticam.
Nossas verdades devem ser capazes de dominar as linguagens utilizadas pelo homem, de resolver nossos problemas, permitir a análise e a interpretação dos fatos, deve permitir que se compreenda o entorno social e se possa atuar sobre ele, deve receber criticamente os meios de comunicação, localizar e selecionar informações e finalmente deve ser fruto de algo construído por um grupo.
A verdade não necessariamente está com os “iluminados”, se acreditamos em democracia participativa devemos crer que ela possa estar, ainda que temporariamente e de forma parcial, com pessoas comuns.
Chegamos a este ponto porque as pessoas passaram a reproduzir sem pensar, aceitar sem discutir, trabalhar sem questionar e educar sem criar.
A dúvida, a incerteza, a consciência de nosso ainda não saber, é que nos convida a investigar e, investigando, podermos aprender algo que antes não sabíamos e nos aproximarmos da verdade, que por ser histórica e cultural será sempre provisória.
Enquanto não se sabe onde está a verdade os pobres e oprimidos vão realizando sua utopia que é sobreviver até amanhã. Eles estão abandonados e curiosamente são aquecidos nas ruas dos grandes centros pelo símbolo universal do conhecimento – o fogo.
A verdade deve traduzir-se em ações, sem perder a essência, sem tornar-se meia verdade ou uma verdade menor. É este o desafio do presidente que venceu e dos governadores eleitos e reeleitos.
Sabemos que é impossível alcançar a unidade sem a soma, a identidade sem a comparação – o que me faz acreditar que aquele que é movido não por recompensas ou prêmios ou pela satisfação de um plano de carreira, mas por um engajamento comprometido com idéias, causas e valores na esfera pública, estará mais próximo de chegar à resposta. É preciso ousar!
A verdade transformada em palavras tem saberes e sabores, pode agredir (…)”
Ronilson de Souza Luiz
São Paulo/SP

Dengue
“(…) É dever de todos os profissionais da saúde ficar preocupados e fazer o que for necessário para ganhar a ‘guerra’ contra o dengue. Mas a ajuda da população é essencial nesse combate, principalmente nos criadouros e na comunicação dos casos. Não se pode perder tempo, uma verdadeira “operação de guerra” precisa ser efetuada contra essa epidemia a partir deste ano, pois é provável que no próximo verão ocorra a manifestação de um sorotipo de dengue que até então não existia em nosso território, a Den-4 (sorotipo 4), que deverá ocasionar um número ainda maior de óbitos pela dengue hemorrágica na população. (…)”

Paulo Aníbal G. Mesquita
São Paulo/SP

EDIÇÃO 68, FEV/MAR/ABR, 2003, PÁGINAS 82