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    Comunicação

    Sob o céu, uma estrela

    Hoje, de posse da vida, poderei dizer-te das coisas que não sei ou sinto: do destino que nunca se destina em nos alegrar; do outro lado da lua que o homem escuro teima em vigiar; dessa fome do mundo e de nossos olhos vigiando o futuro com suas conseqüências indomáveis… Hoje, de posse do mundo, […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

    Hoje, de posse da vida,
    poderei dizer-te das coisas
    que não sei ou sinto:
    do destino que nunca se destina
    em nos alegrar;
    do outro lado da lua
    que o homem escuro teima
    em vigiar;
    dessa fome do mundo
    e de nossos olhos
    vigiando o futuro
    com suas conseqüências indomáveis…

    Hoje, de posse do mundo,
    poderei dizer-te das guerras
    que não travei e pressinto:
    das terras carbonizadas
    desse meu chão nordestino;
    desses ventos de norte que nos sopram nos olhos
    areia e mel.
    E dessa flor despetalada
    que teimamos em plantar
    no chão multicolor deste planeta…

    Hoje, de posse de teu riso,
    poderei dizer-te coisas
    que vão pra além do tempo inquiridor:
    coisas que nem sei
    e que sei tanto que não há
    como as diga.
    Coisas de meu peito,
    de meus olhos buscando
    teus olhos naqueles dias
    calmos de conspiração e
    alegria: a lua, o sereno,
    a fogueira pouca, teu fogo muito,
    teu ventre
    e tua flor aberta
    em gozo…

    E por estar assim,
    senhor de muitas posses,
    mas destituído de mim,
    me destino

    cativo

    e liberto

    do desejo

    de voar.