Na concentração para saída da marcha contra a guerra, sob a marquise do Masp, um veterano militante contou-me a proposta de um agrupamento Político na zona leste: fazer uma manifestação contra o Natal no Largo de São Miguel ("o Natal é um poderoso instrumento de alienação do povo em favor do consumo e…"), minha primeira reação foi não acreditar, depois, imaginei um trabalhador passando com suas compras e topando com os "revolucionários": "Epa! companheiro, você tem que entender que a civilização Judaico-cristã (…) e o Capitalismo (…). Interessante!.

      Na chegada da marcha ao Ibirapuera, um orador propôs que os presentes cuspissem no chão quando passassem em frente a uma multinacional, pelo caráter alegórico ou não, imagine-se você leitor, cuspindo no chão toda vez que passa em frente uma loja do Mac'donalds.

      Proposições do tipo "não deixar pedra sobre pedra", fazem lembrar Rogério Lustosa numa de suas frases de marcante ironia: "Vamos ao menos deixar uma pedrinha!", ainda e porque, pode faltar saliva para os discursos coerentes e pedras para construção do Brasil esperado.