"Tudo que traz alguma dor, traz o bem de revelar". Esta frase vem de um samba de Paulinho da Viola que fala de amor, mas serve bem ao propósito de falar da guerra.

      Em todos há um senso geral de humanidade que faz com que ensinemos logo cedo a nossos filhos os malefícios da guerra. Talvez por uma esperança que mora em nós de que haverá um futuro melhor, a purificar-nos da impotência que às vezes sentimos em transformar o presente.

      A humanidade experimenta a dor guerra no Iraque, apesar de todos os esforços para evitá-la. Milhões de pessoas se manifestando pelo mundo, países do conselho de segurança se posicionando contra o ataque e, inúmeros outros argumentos e apelos em contrário, não foram suficientes para sensibilizar e demover o presidente norte-americano de seus intentos.

      O bem de revelar, no caso desta guerra, está em elucidar os que ainda acreditavam na postura de defensores da Lei e da Ordem, reivindicada pelos EUA, pois fica evidente que o Império tem a sua própria lógica e defensores da Lei está claro que não são; quando desrespeitam a posição da ONU e, da Ordem, também parece improvável, porquanto espalham o caos no Oriente Médio com sua Política de pesos e medidas diferenciados entre Israel e os países Árabes.

      Em recente entrevista, a embaixadora dos EUA no Brasil lembrou um ditado popular do seu país que diz o seguinte: "Se você me faz de bobo uma vez, a culpa é sua; se você me faz de bobo duas vezes, a culpa é minha". Está aí algo que talvez devêssemos considerar.