Quase poesia, quase tormento. Quase alegria, quase passeio. Quase tudo que se possa inteiro, quando a inteireza beira o ocaso, quando o ocaso sobe ladeiras, quando a morte despenca de aviões

      explosivamente.

      Metades, nada de completude. Caminhamos no asfalto que não é terra, amamos bocas que não são nossas, sonhamos vidas que nunca virão. Fiapos, nuvens esgarçadas da memória, caos em que mergulha a ordem de nós e os faustos do mundo. Fastígios, constelações, hipérboles por onde navegam a pouca vontade de ver a verdade.

      Exemplos de infernos não faltam:
      quase escadas para a glória, um deus com pés de bode e fronte de anjo, a quase salvação de cordeiros que migram para o onde, sem quando ou gramíneas por onde pastar.

      Se sou uma metade, que faço entre coisas íntegras? Se sou quase humano, quasímodo, quasiforme, por que não coisa?

      Algo me resgata: a vida – assassina de noites e inauguradora de auroras!