Poetas obcecados pela sonoridade podem andar pela cidade e encontrar construções sonoras "in natura", como por exemplo, esta; da pregação de um Pastor: "Abençoa, meu Deus abençoa, abençoa meu Deus essa pessoa", ou, esta outra; do pregão de uma Prostituta: "Anal, vaginal, trinta pau".

      A obsessão cega pela forma,pode levar à perda de aspectos importantes que conduzem ao sentido, num outro extremo, uma vontade desesperada em apontar a realidade que engendra prostitutas e pastores, em inadequação com a forma, não raro, produz discursos que se perdem dos leitores, ouvintes e espectadores. A adequação entre a forma e o conteúdo é um desafio constante, não só para a poesia, mas, para toda comunicação humana.

      Dito isso, encerro desconfiado da eficácia do título deste texto, embora, convicto de que a este respeito, pode-se aprender alguma coisa observando Pastores e Prostitutas.