Havia uma picada, um caminho estreito que ligava duas casas da minha infância. Era um caminho de uns setecentos metros dentro da mata. Em dia claro, eu atravessava correndo, por festa, e quando era noite, pegava o rumo em disparada com medo da escuridão.

      A infância, muitas vezes aparece na literatura como um ensaio da vida adulta, ou, para apontar o grande contido no pequeno, mesmo quando é difícil discernir qual é o grande e qual é o pequeno.

      Voltando pelos caminhos da infância, um pouco a minha e um pouco a de Graciliano Ramos, chego a este tempo de caminhos pavimentados, em claros e escuros. A gente cresce, e perde o medo da escuridão.