Nua, lânguida, esparramada no tapete da sala, o sol subia-lhe lento pela coxa até a púbis. Os seios respiravam leves. Os olhos, úmidos, de uma intensidade que a tudo atraía, pediam. Deitei-me de bruços sobre o tecido felpudo. Apoiado nos cotovelos, aproximei-me, tenso e contido, da boca entreaberta. Fiz que beijava, mas me limitei a descer meu hálito quente por sobre a pele arrepiada. Encontrei os bicos dos seios intumescidos. Demorei-me ali e colhi um suspiro. Continuei bafejando e cheguei ao umbigo perfeito; aspirei o perfume do ventre num roçar de narinas. O tronco torceu-se, a pelve subiu. Pérfido, recuei ligeiramente o rosto. Migrei decidida e delicadamente até a virilha. Aproximei ao máximo os lábios da flor que se oferecia entre os pelos. Ouvi um gemido de rogo e senti a mão a me pressionar a cabeça. Dei o primeiro beijo. E o segundo. E, a cada beijo, a respiração se entrecortava; o corpo se contorcia de agonia. Segurando as coxas por dentro, insinuei a língua. Uma descarga elétrica fê-la estremecer. Ergui-lhe as pernas e desferi um beijo apaixonado, invasivo, como se saboreasse uma fruta. Urros e clamores tomaram o cômodo. No auge do gozo, ela me apertou as têmporas com a coxas e gritou meu nome. Num salto fantástico, fugiu e me olhou ferina, chamando-me e temendo-me.

      Despi-me. Puxei seu corpo para mim. Com a glande, passeei pela fenda. Logo em seguida, fui entrando aos pedaços, forte e suave. Ela forçava para que tudo se consumasse de um só golpe. Resisti. Quando finalmente estava todo dentro, me retirei, para retornar com vigor. E assim repeti-me inúmeras vezes. Quando estávamos próximos de nos perder, estaquei e permaneci dentro, pulsando. Ela, como que me mastigando, alteava cada vez mais a respiração.

      Súbito, ergui-a. Num movimento elástico, deitei-me e, qual pedestal, a vi erigir-se estátua viva de meu ventre. Como um turbilhão, seus quadris puseram-se em movimento, enquanto minhas mãos passeavam seu corpo. Gozava e dançava sobre mim. De repente, meu primeiro uivo. Ela fez que parava. Agarrei-lhe os quadris quase ferindo-lhe as carnes e imprimi-lhe velocidade. Segundo uivo e seu primeiro olhar curioso. Quando o gozo saiu de meu peito aos gritos, ela sorriu. Agarrei-me ao sofá, ao tapete, a seu corpo, abracei sua cintura e, enquanto cheirava e mordia seus seios, vibrava.

      Assim que esvaziei-me de mim, seu riso beijou-me o cansaço. Dali a instantes, adormecemos: seus dedos, afundados nos pelos de meu peito; minha mão, pousada em seu flanco esquerdo.