Desde criança aprendi que existem caminhos difíceis. No meu caso, especificamente, era o caminho da rua Santa Gertrudes. Eu morava na travessa Santa Isabel, a qual travava uma espécie de "guerra santa" do mundo infantil contra esta outra rua — no futebol, na malhação do Judas, por balões, por pipas…

      Quando minha mãe pedia pra eu ir buscar o pão, não raro, havia encrenca no caminho, mas, buscar o pão era algo que precisava ser feito.

      No caminho da gente crescida, as refregas e pedradas são potencializadas por interesses poderosos, mas a ofensiva dos inimigos é um índice de que estamos no caminho certo, isto é, no caminho do que é preciso ser feito, e assim: é melhor a dificuldade de quem caminha para algum lugar, do que a facilidade de quem caminha para lugar algum.