Penumbre o quarto
e tudo assemelhar-se-á à dor.

Contemple-a:

de seu mar, profundo e estreito,
surgirá tudo o que possa
imitá-la:
plantas aquáticas, ornitorrincos,
mamíferos gigantes qual montanhas
moventes; tigres de barbatanas e carne
nos dentes –
entes que se dispersam
e confluem em turbilhão.

Cansado da morte artificial da tarde,
abra as cortinas e veja
que não basta toda a luz
para se fazer uma inteira felicidade.