Era inaudível.
Mas brilhava que quase iluminava o sol.
Isso!: um meio-dia em minha vida, aquele sorriso e sua alegria.

Quando, vez primeira, a meia-noite daquela pele penetrou aguda minhas narinas,
vi-me, na sala cheia de lua, em campo deserto – terra escura,
quente,
cujas penugens se arrepiavam ao toque de minha boca impura.

Em meu peito, lágrimas de comoção pediam passagem.

Passada uma década, tudo se acende o mesmo:
na boca, o mesmo sol de estiagem;
na carne – coberta de sono, quente de cama
– um calor safado que me dilata; um amor danado que me derrama.