Marlene e Laura
Marlene não era bonita, não era feia.
Entre os cabelos usava um botão de rosa,
De uma roseira que ela mesma plantara.
Era simples e me amava.
Laura era castanha, quase loira.
Era imponente. Era a bela do bairro.
E eu vivia a mendigar o seu olhar.
Que adolescente tolo eu fui!
Se acnes no rosto eu voltasse a ter,
Mil vezes a singeleza de Marlene,
Mil léguas de distância do esplendor de Laura!
As Delícias do Amargo & Uma Homenagem poemas – Adalberto Monteiro
Editora Anita Garibaldi, 2006
Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta. É da direção nacional do PCdoB. Presidente da Fundação Maurício Grabois. Editor da Revista Princípios. Publicou três livros de poemas: Os Sonhos e os Séculos(1991); Os Verbos do Amor &outros versos(1997) e As delícias do amargo & uma homenagem(2007).