Marquinhos era torcedor do Coríntians, time do povo brasileiro, nação verde-amarela e de alma alvinegra.

      Marquinhos foi ao jogo. Viu o Timão perder mais uma vez. Ninguém merece. Mas a vida é feita dessas coisas: perdas e ganhos, e uma cervejinha no meio.

      Marquinhos não bebia, pelo menos que a gente saiba. Tinha dezesseis anos e, terminada a partida, voltava pra casa, quando foi abordado por um bando armado de paus que fez de seu rosto adolescente uma pasta de sangue e pústulas.

      Ninguém sabe, ninguém viu. Marquinhos baixou no hospital, foi examinado a ritmo de pronto-socorro, medicado e mandado pra casa. Deu um tempo, começou a passar mal, mal demais. Foi parar em outra unidade de saúde pública. Morreu. 

      Marquinhos tinha acabado de arrumar um trampo e iria receber seu primeiro salário na vida. Estudava direitinho numa escola do mesmo modo pública e adorava futebol. Não, não pertencia a nenhuma torcida organizada. Um jovem trabalhador, estudante, com quem sabe um futuro em marcha, morto pela estupidez.

      Considerando os dados desse relato, responda: quem de fato matou Marquinhos?