Nihil
Dois caminhos se apresentaram diante de Eunícia: um, a levava até os mares antigos de suas saudades. Outro, era a condução perfeita aos páramos de seu amanhã. Um terceiro poderia deslindar-se à sua frente: não ficava nem entre, nem além dos outros dois. Habitava um canto qualquer inimaginado, que qualquer consciência seria incapaz de alcançar.
No entanto, preferiu a dúvida – já uma quarta vereda? – e deixou-se estar ali, a contemplar as possibilidades. Afinal, não tinha sido sempre assim sua vida: uma miríade infinita de possíveis?
Passados anos por sob a neve dos séculos, encontraram no alto do monte aquela estátua. Por sob o musgo, sorria beatificamente para a mata fechada. Na pedra, que parecia lhe servir de pedestal, a inscrição quaseapagada: Nihil.