I – De profundis

Penetrar-te a carne ausente;
lamber-te a ponta do seio
– tenso, cálido, exposto –,
enquanto a mão, peregrina,
passeia campos vastos e fontes há muito conhecidas
– o que pode mais pedir meu desejo?

Romper-te o oculto
e habitar-te para sempre na dor
e no sorriso, a um tempo pudico e maroto, de sem-jeito?