Manifesto de apoio a Hugo Chávez
"Os brasileiros que assinam este manifesto querem expressar sua solidariedade à luta que vem liderando o presidente Hugo Chávez e o povo venezuelano pelo direito de decidir seu destino. Ao mesmo tempo, denunciam a manipulação dos fatos orquestrada por grandes monopólios de comunicação para pintar como tirano um governante que cumpre à risca a lei e a Constituição.
Hugo Chávez foi o vencedor de eleições democráticas, em dezembro de 1998. Cumprindo o que prometera em campanha, desde então vem realizando profundas transformações no sistema político, econômico e social de um país que foi dominado por oligarquias durante séculos.
Levar a cabo essas mudanças transformou o presidente Chávez em alvo de uma guerra sem tréguas, movida por minorias políticas e econômicas da Venezuela, com o apoio declarado de grandes corporações empresariais e financeiras do exterior.
Somos testemunhas de seu compromisso com a defesa dos interesses populares e a determinação de aplicar a Constituição de 1999, construída pelo mais amplo processo democrático.
A nova Carta venezuelana prevê o dispositivo constitucional do referendo revogatório, marcado para o próximo dia 15 de agosto, instrumento inédito em nosso continente, ao qual poucos governantes teriam a coragem de se submeter, como fez o presidente Hugo Chávez.
A democracia foi reforçada e agora os mesmos setores que já recorreram ao golpe, à sabotagem, ao locaute e à mentira para tentar derrotar o presidente Chávez vêem-se obrigados a aceitar os marcos da luta institucional.
Estamos certos de que, no próximo dia 15 de agosto, o povo venezuelano será vitorioso e construirá uma pátria livre e justa – a pátria com que sonhou Simon Bolívar.
Por tudo isso, estamos aqui para reafirmar: no dia 15 de agosto, se fôssemos venezuelanos votaríamos em Hugo Chávez”.
(Chico Buarque, Antonio Cândido, Celso Furtado, Fábio Konder Comparato, Fernando Morais, João Pedro Stédile, Roberto Requião, Ronaldo Lessa, Juca Kfouri, José Luis Fiori, entre outros)
EDIÇÃO 74, AGO/SET, 2004, PÁGINAS 23