Diamante enferrujado
Me veio este título de uma canção da Joan Baez quando na semana passada um conhecido me ligou pra falar de um sujeito que eu conheci em Curitiba, quando eu morava lá.
Olha quem me deu seu telefone foi a… sabe o que é… ele está com câncer no estômago…
Igual o personagem do Akira Kurosawa… (é por isso que dizem que eu invento as historias) é um velho negro… quantos anos tem? (nego quando o cabelo branqueô dos setenta já passô)
Ele pergunta sempre de você… diz que você é rico e pode ajudar…
Rico eu?
Manda ao menos um carta… um postal da praça da Sé… sei lá?
Eu morava na Alameda Princesa Isabel e o diamante sempre passava por lá pedindo serviço de jardineiro (tá vendo… é por isso que dizem que eu invento histórias). A casa é alugada! eu dizia, eu não tenho nem onde cair morto, sou funcionário da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (e dizem que eu invento histórias).
Mas… mas as hortências vão fechar o corredor… o senhor não tá vendo.
Eu não sou senhor de ninguém!
Tá bom… tá bom… então deixa eu tirar o rabicho da grama? (e dizem que eu invento as histórias).
Nesta semana o diamante morreu.