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    Comunicação

    A carta – capítulo 36

          Chega em ruínas. Abre a porta do apartamento, entra com o cansaço sobre os ombros e os olhos soturnos.       – Isso são horas, Gemiro? – vinha falando Lolinha, da cozinha pra sala – Qué isso, meu deus?! Gemiro, qué que aconteceu?       Calado, Argemiro vai até a área de serviço, pega um porrete […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

          Chega em ruínas. Abre a porta do apartamento, entra com o cansaço sobre os ombros e os olhos soturnos.

          – Isso são horas, Gemiro? – vinha falando Lolinha, da cozinha pra sala – Qué isso, meu deus?! Gemiro, qué que aconteceu?

          Calado, Argemiro vai até a área de serviço, pega um porrete e se dirige para a saída. Lolinha, assustada, só podia perguntar "onde você vai", "o que é isso" e "pra que isso". Já no hall do andar, posta-se diante da porta do elevador, e dispara, a um tempo imperativa e súplice:

          – Argemiro, fala comigo, homem de deus!…

          – Vou acertar umas conta, Lolinha. Me deixe passar.

          – Que conta, homem?

          Argemiro olha sério para a companheira. Fala com uma determinação serena:

          – Fique em paz, Lola. Eu não me demoro.

          Vai pela escada. Lolinha volta pro apartamento: uma máscara de agonia.