Chega em ruínas. Abre a porta do apartamento, entra com o cansaço sobre os ombros e os olhos soturnos.

      – Isso são horas, Gemiro? – vinha falando Lolinha, da cozinha pra sala – Qué isso, meu deus?! Gemiro, qué que aconteceu?

      Calado, Argemiro vai até a área de serviço, pega um porrete e se dirige para a saída. Lolinha, assustada, só podia perguntar "onde você vai", "o que é isso" e "pra que isso". Já no hall do andar, posta-se diante da porta do elevador, e dispara, a um tempo imperativa e súplice:

      – Argemiro, fala comigo, homem de deus!…

      – Vou acertar umas conta, Lolinha. Me deixe passar.

      – Que conta, homem?

      Argemiro olha sério para a companheira. Fala com uma determinação serena:

      – Fique em paz, Lola. Eu não me demoro.

      Vai pela escada. Lolinha volta pro apartamento: uma máscara de agonia.