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    Comunicação

    Conversa de espelhos

          – O que ela ama em mim: o homem ou o amor que ele lhe oferta?       – Como é?       – Sou apenas o portador do afeto e do carinho que ela mesma depositou em mim ou tenho atributos próprios que a façam me querer acima de todos os outros?       – Cê […]

    POR: Elder Vieira

    2 min de leitura

          – O que ela ama em mim: o homem ou o amor que ele lhe oferta?

          – Como é?

          – Sou apenas o portador do afeto e do carinho que ela mesma depositou em mim ou tenho atributos próprios que a façam me querer acima de todos os outros?

          – Cê tá falando do quê, Fausto? 

          – Da mulher.

          – Da Lídia?

          – Não só da Lídia: de todas a mulheres. Elas amam a si mesmas nos homens que escolhem para venerá-las ou amam os homens em si?

          – Vocês brigaram? 

          – E nós, reles machos da espécie?…

          – O que é que tem?

          – Nós as amamos pelo que elas são, porque não detemos belezas capazes de se refletirem em cada olhar terno que elas nos dispensam, ou amamos esse estado de contemplação a que fomos condicionados? Será por essa razão que somos esses rudes em que nos tornamos: feitos para amar, não para ser amados?

          – Para ser ou para sermos? 

          – Como é?

          – "Feitos para amar, não para ser amados", ou "feitos para amar, não para sermos amados"?

          – O que isso tem a ver com o que eu tô falando, Bira?

          – Sei lá. Vai ver, é uma questão de hermenêutica. 

          Silêncio sonoro

          – Hermenêutica, Bira?…

          – …!

          – Garçon, a conta.