Galos-índios
Meus poemas, minha melhor parte,
Minha arte de cultivar a vida.
Meu modo de esquivar-me da morte.
Meus poemas, propriedade
De todo o povo,
Filhos das alegrias e das desgraças
De toda sorte.
Meus poemas, meninos libertinos:
Dos quintais roubam tangerinas
E a nudez e os beijos das meninas.
Meus poemas, galos-índios:
São elegantes, brilhantes,
Eretos, esbeltos,
Mas se lhe sangram a crista,
Lutam pela vida,
Mesmo que lhes
Custe a morte.
As Delícias do Amargo & Uma Homenagem poemas – Adalberto Monteiro
Editora Anita Garibaldi, 2006
Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta. É da direção nacional do PCdoB. Presidente da Fundação Maurício Grabois. Editor da Revista Princípios. Publicou três livros de poemas: Os Sonhos e os Séculos(1991); Os Verbos do Amor &outros versos(1997) e As delícias do amargo & uma homenagem(2007).