“Sertão: estes seus vazios. O senhor vá, alguma coisa encontra”
O fotógrafo Germano Neto acolheu o conselho de Guimarães Rosa e, jagunço à sua maneira – pois que armado com sua máquina fotográfica – adentrou ao grande ser tão de Minas Gerais neste ano. E quanta coisa de fato lá encontrou!
Paisagens, brejos de onde nascem os rios, buritizais que perseguem os cursos d’água, árvores do Cerrado com as saias baixas, os cemitérios nos quintais, o vaqueiro tangendo sua boiada, as heroínas famílias sertanejas, uma santidade de água doce (o rio São Francisco)… magnífico cenário onde bandos de jagunços fidalgos travaram honrados combates. Magnífico cenário onde o sertanejo de hoje segue travando as batalhas pela vida.
O sertão lá está nos ermos de Minas. É verdade que ferido pela monocultura e pela fome voraz das guseiras que transformam o cerrado em carvão. Mas o sertão é igual ao sertanejo, é igual aos lordes jagunços de Riobaldo e Joca Ramiro, não se rende!