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    Comunicação

    Balada de Santa Maria Egipcíaca

    Santa Maria Egipcíaca seguia Em peregrinação à terra do Senhor. Caía o crepúsculo, e era um triste sorriso de mártir. Santa Maria Egipcíaca chegou A beira de um grande rio. Era tão longe a outra margem! E estava junto à ribanceira, Num barco, Um homem de olhar duro. Santa Maria Egipcíaca rogou: – Leva-me ao […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

    Santa Maria Egipcíaca seguia
    Em peregrinação à terra do Senhor.

    Caía o crepúsculo, e era um triste sorriso de mártir.

    Santa Maria Egipcíaca chegou
    A beira de um grande rio.
    Era tão longe a outra margem!
    E estava junto à ribanceira,
    Num barco,
    Um homem de olhar duro.

    Santa Maria Egipcíaca rogou:
    – Leva-me ao outro lado.
    Não tenho dinheiro. O Senhor te abençoe.

    O homem duro fitou-a sem dó.

    Caía o crepúsculo, e era como um triste sorriso de mártir.

    – Não tenho dinheiro. O Senhor te abençoe.

    Leva-me o outro lado.
    O homem duro escarnece: – Não tem dinheiro,
    Mulher, mas tens teu corpo. Dá-me o teu corpo, e vou
                                                                              [levar-te.

     E fez um gesto. E a santa sorriu,
    Na graça divina, ao gesto que ele fez.

     Santa Maria Egipcíaca despiu
    O manto, e entregou ao barqueiro
    A santidade da sua nudez.
     

     
    Estrela da Vida – Manuel Bandeira.
    Livraria José Olympio Editora
    Seleção de Adalberto Monteiro
    Digitação Camila Ferreira