De palmares a angicos
o cheiro da cana é marrom
como a terra-mata
de palmares a angicos
zumbi conselheiro
o grito da cana é verde
como a terra-una
vazante o olho do sol
lampião cangazumba
o gesto do homem é preto
queimada a lua nascente
carvão noite minguante
quilombo vaza-barris
o doce do açúcar é branco
sabor sem par
como a terra-foice
o toque do algodão é branco
sentir sem par
como a terra-faca
o gosto do leite é branco
prazer sem par
como a terra-suga
sertão mata agreste
cinza verde amarelo
como a terra-dor