Dona Ética, uma senhora de respeito
As empresas de comunicação – as agências de publicidade em primeiro lugar – que me desculpem a pretensão de me considerar um exemplo de respeito à dignidade de Dona Ética. Ao longo de uma vida toda dedicada a atividades criativas, sendo a de publicitário a mais conhecida, sempre andei de braço dado com Dona Estética, morrendo de amor por ela. Nunca a traí, cedendo às tentações de damas voluptuosas que ofendessem a dignidade de Dona Ética. Pois sempre achei que essa dignidade, concebida há mais de dois milênios, continua sendo o requisito ideal para uma convivência honesta da sociedade humana, em qualquer estágio. Infelizmente, no entanto, a todo momento e em qualquer lugar, desde sempre, a ética é maltratada, apesar das mil tentativas de impor códigos e ostentar exemplos disciplinadores. A maior justificativa, hoje, é a guerra intestina para vencer ou sobreviver na sociedade de consumo. Mas todos nós sabemos que, na realidade, os moventes que parecem invencíveis são a ganância, as vaidades e a sede de poder.
Vou parando por aqui. Pois o discurso moralista não é a minha praia. A minha praia é o mundo da comunicação que gostaria de ver sempre bonita, limpa e ensolarada. Freqüentada por gente bonita e consciência idem, desfrutando os resultados do seu trabalho e, porque não?, envaidecida pelos serviços imprescindíveis que presta à sociedade.
Per finire – agradeço a distinção por ter sido convidado a escrever estas poucas linhas para inaugurar essa coluna que vai assinada pelas duas entidades que congregam as agências de publicidade de Pernambuco. Sabendo que, entre suas principais tarefas, está a de proteger com um escudo nossa querida e bonita amiga Dona Ética.