Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Comunicação

    Poema décimo terceiro de um canto de acusação

    O algodão de Angola só será branco quando Angola for independente Agora é negro com manchas vermelhas na baixa de Cassange. As barragens de Angola só serão fartura quando Angola for independente Agora são fome gente corrida dos seus quimbos e despojadas de quanto tinha O açúcar de Angola só será mel quando Angola for […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

    O algodão de Angola só será branco
    quando Angola for independente

    Agora é negro
    com manchas vermelhas
    na baixa de Cassange.

    As barragens de Angola só serão fartura
    quando Angola for independente

    Agora são fome
    gente corrida dos seus quimbos
    e despojadas de quanto tinha

    O açúcar de Angola só será mel
    quando Angola for independente

    Agora é amargo
    chicote e prisão
    tonga da morte

    O café de Angola
    o diamante
    o ferro
    o petróleo
    o milho
    a palma
    o cimento
    a manga
    a carne
    o mar
    o funje
    o ndoka
    o céu e o vento
    quitaba
    o luar a noite
    o dia
    o homem
    Angola

    O homem de Angola
    vem chegando independente
    do horizonte
    das florestas
    e montanhas
    da guerrilha.   

                                      
    (Fevereiro de 1963)

     

    Poesia com armas Fernando Costa Andrade
    Coleção vozes do mundo
    Livraria Sá da Costa Editora