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    Comunicação

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    Se a lua sorrisse, teria a sua cara. Você também deixa a mesma impressão De algo lindo, mas aniquilante. Ambos são peritos em roubar a luz alheia. Nela, a boca aberta se lamenta ao mundo; a sua sincera, E na primeira chance faz tudo virar pedra. Acordo num mausoléu; te vejo aqui, Tamborilando na mesa […]

    POR: Sylvia Plath

    1 min de leitura

    Se a lua sorrisse, teria a sua cara.
    Você também deixa a mesma impressão
    De algo lindo, mas aniquilante.
    Ambos são peritos em roubar a luz alheia.
    Nela, a boca aberta se lamenta ao mundo; a sua sincera,

    E na primeira chance faz tudo virar pedra.
    Acordo num mausoléu; te vejo aqui,
    Tamborilando na mesa de mármore, procurando cigarros,
    Desconfiado como uma mulher, não tão nervoso assim,
    E louco pra dizer algo irrespondível.

    A lua, também, humilha seus súditos,
    Mas de dia ela é ridícula.
    Suas reclamações, por outro lado,
    Pousam na caixa do correio com regularidade encantadora,
    Brancas e limpas, expansivas como monóxido de carbono.

    Nem um dia se passa sem notícias suas,
    Vadiando pela África, talvez, mas pensando em mim.

     

     

    Sylvia Plath – Poemas
    Tradução Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça
    Editora Iluminuras – 2ª edição revista e ampliada.