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    Comunicação

    O coração da Boiúna

    Eu sei: qu'eu vi Chegará um dia no futuro Diante de todo mundo… Assembléia das Nações do planeta repleta Talvez uma mulher valente Presidente Dos Brasis unidos será porta-voz de todos nós Desde a era de transição da vida inerme até a bio-Fera Reino da animalidade mãe da humanidade No obscuro tempo dos povos-avós. Então […]

    POR: José Varella

    4 min de leitura

    Eu sei: qu'eu vi
    Chegará um dia no futuro
    Diante de todo mundo…
    Assembléia das Nações do planeta repleta
    Talvez uma mulher valente Presidente
    Dos Brasis unidos será porta-voz de todos nós
    Desde a era de transição da vida inerme até a bio-Fera
    Reino da animalidade mãe da humanidade
    No obscuro tempo dos povos-avós.

    Então se terá materializado de fato
    A aldeia global falada, televisionada e tirada do mato
    Sem cachorro rio acima e floresta adentro
    Pra ser advento da Utopia selvagem
    (o antropófago Darcy Ribeiro será louvado urbi et orbi)
    Dos profetas caraíbas:
    O país do Futuro, chamado Brasil do Oiapoque ao Chuí
    Livre para sempre
    Do império do trabalho insano, da fome, a doença
    A velhice abandonada e o domínio da Morte
    (codinomes “a Terra sem males”, “sermão da Montanha”
    “Epístola de sanThiago às tribos perdidas”
    “Manifesto comunista”, etc.)
    Mestiçagem tupi-guarani do Sebastianismo lusotropical
    José de Anchieta padre fundador da TV Cultura pública
    O payaçu Antônio Vieira fagocitado inteiro
    E assimilado em terra Tapuia
    Abaixo do equador…

    O mundo todo de queixo caído
    Olhos desmesurados dirá face à TV digital
    Um profundo
    Oh!
    Oh, Beleza
    Oh, Clemência
    Oh, ilha Maravilha
    Oh, verdadeiro fim da história colonial
    Etecetera e tal. 

    A verdadeira Renascença será feita
    Justa e perfeita
    Arquitetura da madeira e do barro dos começos
    Do vasto mundo de Drummond das minas gerais
    E rios de janeiro, fevereiro e março
    Desde as mais profunda raízes da Terra humana
    Para a qual todas mais foram um longo ensaio.

    Naquele tempo pós-industrial
    Se revelará sem medo da santa madre Inquisição
    E da lei de que não sei que Segurança Nacional
    Contrária aos nacionais do país do Carnaval
    A maior revolução de todos os tempos:
    O segredo profundo da primeira Noite
    Do mundo
    O Matriarcado marajoara neotropical
    Guardado a sete-chaves dentro de um caroço
    Vulgar de tucumã
    Deixado ao relento sob chuva e esquecimento
    Nos campos de Cachoeira do rio Arari
    Pátria antiga do espírito Jurupari
    Resgatado pela magia de um índio sutil.

    Muito antes da migração das Amazonas
    Nesta zona úmida de Gaia
    Famosa boceta de Pandora da pletora da fauna
    e da flora
    Raínha da Hiléia
    A invenção do Brasil gigante
    Ultra linha tordesilhana pra além das Anavilhanas
    Alto Rio Negro até o Cassiquiare
    Solidões do Solimões rumo ao Peru e o país de Quito
    Florão da América do Sol
    No forte do Presépio do Grão-Pará
    Parido do bucho da cobra grande
    Serpente que morde a própria cauda
    A pele de Tuluperè nas montanhas de Tumuc-Humac
    Biosfera em terra verde e mar azul
    Antes do casamento da india Pará-Guassu
    Com o cristão-novo Martim Soares Moreno
    Verdes mares bravios de Alencar
    O enlace da filha da Boiúna
    Com o índio Tapuia.

    O gaúcho Raul Bopp vindo ao extremo-norte
    A galope: que não me deixa mentir…
    Cobra Norato marinheiro a bordo do Ita
    Segue para o Rio de Janeiro.

    A Ilha filha do Rio Pará-Uaçu por testemunho do povo na ONU.