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    Comunicação

    Pelos bares de Baco

    (Diário de bardo) 1.Nossa vida se empobrece quando aceitamos que alguma coisa é para sempre. 2.Um sinal de que não estamos mortos é o cuidarmos do presente como se nele estivesse presente tudo o que mais importa. 3.Desarvorados alvoroçam-se como moscas na garrafa. A julgar pela maré de insensatez com que envenenam o viver não […]

    POR: Brasigóis Felício

    2 min de leitura

    (Diário de bardo)

    1.Nossa vida se empobrece
    quando aceitamos que alguma coisa
    é para sempre.

    2.Um sinal de que não estamos mortos
    é o cuidarmos do presente
    como se nele estivesse presente
    tudo o que mais importa.

    3.Desarvorados alvoroçam-se
    como moscas na garrafa. A julgar
    pela maré de insensatez
    com que envenenam o viver
    não sabem a que vieram ao mundo.

    Tudo o que fazem indica: vieram
    para não saber escutar
    a sinfonia da Vida.

    4.Quando chegou ao máximo
    a que poderia ambicionar, tornou-se
    como pessoa, da mais mínima qualidade.
    Sem a mesma dignidade, tornou-se
    assim como as árvores do cerrado:
    para cada palmo acima do solo
    um metro de avanço solo abaixo.

    5.Assim se tornou uma Não-Pessoa
    (um ser ao contrário). Se fosse árvore,
    dir-se-ia que se fez desarvorado.
    se abonado fosse, teria o abono do Diabo.

    6.O abominável homem das neves
    não é abominável. É até angelical,
    se comparado aos demônios encerrados
    em humanas peles.

    7.Os que têm possibilidade de se libertarem
    e não o fazem devem acreditar que
    não merecem a liberdade.   

     Brasigóis Felício, é goiano, nasceu em 1950. Poeta, contista, romancista, crítico literário e crítico de arte. Tem 36 livros publicados entre obras de poesia, contos, romances, crônicas e críticas literárias.