a lua de jobim
vivo diante de ti
como se não houvesse qualquer vida
além da tua
acima do horizonte nas linhas
que fazem o Rio – e a noite do Rio
seu contorno absolutamente lindo
e tu me deixas ficar
metido entre os lances do teu vestido
branco atravessando o verde azul negro mar
até onde dá
acompanho teu olhar feito luz linguagem morna
sem entender o que me dizes nessa hora
quando te escondes
quando não me deixas ficar
dentro de mim – a noite do Rio está
quando te encontro fora
nos braços do Cristo, lua minha, a sós
fazendo o amor sobre todos nós.
Versos Ilegais – Ricardo Albuquerque
Águas Brasileiras Editora – edição 2001