Ébria
J'ai vu le soleil bas, taché d'horreurs mystiques,
Illuminant de longs figements violets,
Pareils à des acteurs de drames très antiques
Les flots roulant au loin leurs frissons de volets !
Arthur Rimbaud
neste fim
de mundo
em que a tevê
e a noite cantam
a inviabilidade
da próxima semana
e o escuro
engole
estrelas
(e sequer mar ou maré ou mãe embalariam meus medos)
perco o receio
e a inocência
estirado neste leito
ainda muito meu
imperativamente – bêbada terra firme
mas não estou só na minha propriedade
uma pesada mosca
quase de pedra
zanza e zumbe
sobre os escombros
que chamo de corpo
zanza e zumbe
e dança sua valsa
em z sua reflexão
orbital sujo planeta
mínimo da miséria
de meu sistema
em z dança e zumbe
à procura de uma saída
estala no espelho
cria na liberdade!?!
deu de cara
consigo mesma
e consigo outra
mais mosca
mais zonza ébria
ébria zanzou e zumbiu
seus erro s
o pezo de seu dezejo
o click no abajur
o breu
forjado
breu
deram enfim descanso
à ébria
mosca
e aos brios
meus