Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Comunicação

    Dizeres da tristeza

    Tem tristeza com remorsos do que poderia ter sido, e que não foi Tem tristeza que põe mesa para a festa de estar grávida de si mesma Tem tristeza que não é aceita, mas vai chegando e se ajeita Tem tristeza alegrinha, ilumina o estranho rosto da sombra Tem tristeza que rejubila em nos fazer […]

    POR: Brasigóis Felício

    2 min de leitura

    Tem tristeza com remorsos
    do que poderia ter sido, e que não foi

    Tem tristeza que põe mesa
    para a festa de estar grávida de si mesma

    Tem tristeza que não é aceita,
    mas vai chegando e se ajeita

    Tem tristeza alegrinha,
    ilumina o estranho rosto da sombra

    Tem tristeza que rejubila
    em nos fazer perder nossas certezas

    Tem tristeza patética, só vê na vida
    a velha megera da mesmice

    Tem tristeza sorrateira,
    vem quando estamos ausentes

    Tem tristeza que é vazia feito
    cadáver adiado que procria

    Tem tristeza benfazeja,
    quando vem é companheira

    Tem tristeza que é posseira,
    nos invade e é aceita

    Tem tristeza indiscreta,
    chega fazendo festa

    Tem tristeza que é sem muros,
    tem saudades do futuro

    Tem tristeza perdida em si
    por não saber onde quer ir

    Tem tristeza tão antiga
    querendo passar por nova

    Tem tristeza repentina
    a contar antigas histórias

    Tem tristeza que pergunta:
    Onde a juventude envelheceu em mim?

     Brasigóis Felício, é goiano, nasceu em 1950. Poeta, contista, romancista, crítico literário e crítico de arte. Tem 36 livros publicados entre obras de poesia, contos, romances, crônicas e críticas literárias.

    Notícias Relacionadas