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    Comunicação

    Cidade ou cidadela?

    Rios e mar formam tuas ilhas de águas salgadas águas doces os tempos idos: a paz, as pontes a negar o que exibes hoje. Cinzas de heróis em solo estranho, a dor do mundo: ei-la  em teu rosto. Se uma  luz nova é o que tu buscas: só  mostra sombras o teu “novo”. Um novo  […]

    POR: César Leal

    2 min de leitura

    Rios e mar formam tuas ilhas
    de águas salgadas águas doces
    os tempos idos: a paz, as pontes
    a negar o que exibes hoje.

    Cinzas de heróis em solo estranho,
    a dor do mundo: ei-la  em teu rosto.
    Se uma  luz nova é o que tu buscas:
    só  mostra sombras o teu “novo”.

    Um novo  carente de  amor:
    tua grandeza é teu passado, 
    as multidões perderam  as ruas:
    sabem todos que estão  cercados.

    Poucos recordam Frei Caneca,
    Luz da Nação, voz brasileira.
    Onde se encontram Capistrano,
    herói na Espanha, Hiram Pereira?

    O porte altivo de Gregório,
    águas do abismo a vida inteira.
    As cinzas-luz de Abreu e Lima
    pedem sombra a nossa Bandeira.   

    Um cinturão de armas ocultas
    fez da cidade  a cidadela,
    as armas pesam sobre todos,
    sentem todos  o peso delas.

    A morte segue os  nossos passos,
    não escolhe a vida que rebenta,
    chega veloz, nasce nas armas,
    suprime a luz: morte violenta.
     

    (In Literatura Portuguesa e Brasileira, (Antologia), Universidade  do Porto, 2000,
    org. de João Almino e Arnaldo Saraiva.)

    Fonte: interpoética