Firmes na construção de uma nova sociedade
Por Eliana Gomes
Por Eliana Gomes, vereadora PCdoB-CE, no jornal O Povo
A luta das mulheres está presente na história da humanidade, principalmente depois do advento da propriedade privada e do avanço capitalista. Há 150 anos, mulheres, operárias da fábrica Cotton, em Nova Iorque são consumidas pelo fogo junto a seus teares por lutarem pela redução da jornada de trabalho, bandeira histórica do povo trabalhador em todo o mundo. Era a voracidade do capital no controle sobre a vida, a mente e o corpo das mulheres.
O mundo mudou e a mulher descobriu-se e foi descoberta como sujeito político e histórico. Saímos de casa, ganhamos as ruas e fizemos a diferença. Elevamos nossa consciência, afirmamos nossa auto-estima, lutamos pelo trabalho, incorporamo-nos na ação política, fomos às universidades e aos parlamentos. Contribuímos, de maneira fundamental, para a riqueza das nações e das sociedades nos mais diferentes tempos históricos.
No entanto, no último século, nunca ficou tão clara a existência e a continuidade da opressão de gênero. O progresso material da humanidade não foi acompanhado, na mesma medida, pelo avanço pessoal, social e político das mulheres. A atual crise do Capitalismo, inclusive, vem colocando novos desafios frente à luta feminista. O principal deles é continuar avançando na garantia de políticas públicas, ocupando a esfera institucional de maneira decisória e, ao mesmo tempo, compreender que nossa fonte inspiradora continuará sendo a radicalidade de nossa luta: feminista e emancipacionista. Pois acreditamos que não basta incluir as mulheres numa agenda afirmativa de políticas públicas; é preciso emancipá-las. É por isso que continuamos firmes na construção de uma nova sociedade que chamamos de Socialismo.
Neste 8 de março, reafirmo meu compromisso como mulher, militante, comunista e feminista. Junto-me às que nos antecederam na luta por dias melhores. Alio-me àquelas que morreram, lutando para que possamos, um dia, ter uma vida livre de todas as formas de opressão.
Tenho orgulho da atuação de minhas camaradas e companheiras, da União Brasileira de Mulheres, do Centro Socorro Abreu e de tantas outras entidades firmes e combativas por compartilharmos o legado de Anita Garibaldi e Olga Benário, exemplos de firmeza e coragem política; das trabalhadoras de todo o mundo em todos os tempos, por uma luta ferrenha por melhores relações de trabalho e das guerrilheiras do Araguaia, que ainda muito jovens deram a própria vida em nome de um Brasil livre, justo e soberano. Da mesma forma que junto-me a uma geração de feministas e comunistas, como Jandira Feghali, Jô Moraes, Wanessa Graziotim e tantas parlamentares eleitas no Ceará e no Brasil nas últimas eleições, nessa luta desafiante de estar nas casas legislativas, construindo mandatos de mãos dadas com as mulheres.