A Fundação Maurício Grabois e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realizam, entre os dias 3 e 5 de abril de 2009, o seminário “Desvendar o Brasil – suas singularidades, contradições e potencialidades”, em São Paulo. Tendo em vista o limitado espaço do local onde o seminário será realizado, a participação do público se restringirá aos convidados dos organizadores do evento.

O seminário faz parte dos preparativos do para o 12º Congresso do PCdoB, previsto para o segundo semestre de 2009 e terá como mote, segundo o presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro, “debater o Brasil contemporâneo à luz de sua formação histórico-social”. Ele explica que na ocasião “será examinada a situação concreta do desenvolvimento nacional atualmente e as singularidades que distinguem o Brasil das demais nações”.

A Fundação Maurício Grabois e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realizam, entre os dias 3 e 5 de abril de 2009, o seminário “Desvendar o Brasil – suas singularidades, contradições e potencialidades”, em São Paulo. Tendo em vista o limitado espaço do local onde o seminário será realizado, a participação do público se restringirá aos convidados dos organizadores do evento.

O seminário faz parte dos preparativos do para o 12º Congresso do PCdoB, previsto para o segundo semestre de 2009 e terá como mote, segundo o presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro, “debater o Brasil contemporâneo à luz de sua formação histórico-social”. Ele explica que na ocasião “será examinada a situação concreta do desenvolvimento nacional atualmente e as singularidades que distinguem o Brasil das demais nações”.

O conteúdo programático da transição do capitalismo ao socialismo no país também será tema do evento. O presidente da Fundação Maurício Grabois esclarece que a pauta do seminário conta com cinco eixos principais, cada um com um conjunto de temas. “Os conferencistas terão esse conteúdo como referencial, mas obviamente irão discorrer livremente sobre eles”, diz ele.

O seminário terá como debatedores nomes reconhecidamente destacados no estudo da realidade brasileira como Aldo Rebelo, Carlos Lessa, Luis Fernandes, Ricardo Abreu, Aloísio Teixeira, Carlos Alonso de Oliveira, João Sicsú, Francisco Carlos Teixeira, João Quartim de Moraes, Lincoln Secco, Tarso Genro, Adalberto Moreira Cardoso, Giovanni Alves, Neomar de Almeida Filho, Waldir Quadros, José Dirceu, Marcio Pochmann, Renato Rabelo e Roberto Amaral.

Formação histórica

Para Adalberto Monteiro, o seminário irá contribuir para o aprofundamento do conhecimento da atual realidade brasileira, para as formulações e a elaboração programática do 12º Congresso do PCdoB. “Além dessa finalidade precípua, seu sentido geral é o de enriquecer a teoria marxista com o estudo das particularidades e singularidades da formação econômico-social brasileira; com a compreensão do Brasil e suas rupturas, impasses e problemas atuais”, destaca.

Segundo o presidente da Fundação Maurício Grabois, o esforço de síntese, nesse sentido, deve olhar a formação histórico-social brasileira a partir da realidade atual, e, por meio dela, revisitar o processo histórico do país. “As contribuições serão sistematizadas para que um público maior possa conhecê-las – preferencialmente na forma de um livro a ser publicado com as contribuições dos professores e especialistas”, esclarece.

Sucessão de Lula

Para o presidente Nacional do PCdoB, Renato Rabelo, o seminário pode ser considerado um preâmbulo do 12° Congresso do partido. “Destacados estudiosos do Brasil e especialistas dos temas propostos para discussão estarão presentes para enriquecer o evento”, diz ele. O seminário, segundo Rabelo, conta com uma pauta que aprofunda temas da atualidade que serão examinados pelo partido no decorrer dos debates no 12° Congresso. “Será uma oportunidade singular para o PCdoB se apropriar dos conhecimentos desses especialistas em suas discussões sobre o Brasil”, afirma.

Renato Rabelo destaca ainda que o seminário ocorre no momento em que o debate sobre os rumos do país começa a ganhar espaço com o desencadeamento do processo de sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010. “Desvendar o Brasil nesse momento histórico é conhecer aspectos diferenciados do país, do povo brasileiro e das forças políticas que se preparam para este encontro fundamental”, enfatiza o presidente nacional do PCdoB.

O seminário “Desvendar o Brasil – suas singularidades, contradições e potencialidades” acontece no Hotel Braston, rua Martins Fontes, 330, São Paulo.

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Programação:

Dia 3 de abril, sexta-feira, das 17h às 22h

O Brasil, seu povo, sua cultura e sua identidade

Temas:

– O Brasil contemporâneo à luz de sua formação histórico-social. A formação do povo brasileiro, sua cultura e civilização. As raízes européias, indígenas e africanas na construção da identidade nacional. A miscigenação como fator de integração e unidade nacional.

– Povo novo e uno com a presença de tensões advindas do seu processo singular de formação. Diretrizes que dêem respostas às contradições existentes com o objetivo de fortalecer a unidade do povo. Desigualdades regionais e sociais.

– Relações entre Estado, nação, classe, cultura e política. Identidade nacional e projeto nacional. A questão nacional na atualidade.

– Modernidade e tradição: valorização da identidade cultural dos brasileiros e a questão das vulnerabilidades ideológicas nacionais.

Expositores:

Aldo Rebelo, jornalista, deputado federal (PCdoB-SP); e Carlos Lessa, economista; Luis Fernandes, cientista político, professor do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), presidente da Financiadora de Estudos Projetos (Finep); e Ricardo Abreu, economista, presidente do Conselho Curador da Fundação Maurício Grabois.

Coordenação:

Augusto Buonicore, historiador, secretário-geral da Fundação Maurício Grabois.

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Dia 4 de abril, sábado, das 9h às 13h

Padrões de acumulação capitalista no Brasil e o capitalismo brasileiro hoje

Temas:

– As particularidades da transição para o capitalismo no Brasil. Como os padrões de acumulação se desenvolveram ao longo do tempo. As marcas do passado colonial e escravista que condicionaram a passagem para o modo de produção capitalista no Brasil. As particularidades da industrialização no Brasil.

– Questão da dependência: sua evolução e situação atual. Dependência externa e nexos com o imperialismo.

– Trajetória do país no período pós-1930. Nacional-desenvolvimentismo; a luta pelo desenvolvimento nas décadas de 1950 e 1960. Ditadura militar de 1964, relações de classe e mudanças econômicas e políticas.

– Década de 1980: encruzilhada histórica e transição democrática. Neoliberalismo e financeirização. Crise do modelo nacional-desenvolvimentista. Obstáculos para o desenvolvimento industrial e ameaças à soberania nacional.

– O papel do Estado no desenvolvimento: a criação de agências de fomento e de empresas estatais. O tripé empresas brasileiras, estatais e multinacionais na base do modelo de desenvolvimento. A questão do capitalismo de Estado.

– A eleição de Lula, uma nova etapa. Tipo de desenvolvimento atual. Integração continental.

Expositores:

Aloísio Teixeira, professor, economista e reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Carlos Alonso de Oliveira, economista, professor livre-docente da do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e João Sicsú, economista, diretor de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Coordenação:

Renildo Souza, economista, professor do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia, membro da direção nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

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Dia 4 de abril, sábado, das 15h às 19h

A evolução do Estado brasileiro e sua situação atual

Temas:

– A questão do Estado, ponto de unidade entre economia e política. Visão de seu papel.

– Formação e desenvolvimento do Estado brasileiro. Modo de produção hegemônico (escravismo, capitalismo) e natureza do Estado. Seu caráter no Império e na República.

– A luta entre liberais agroexportadores e industrialistas pelo controle do Estado e determinação dos rumos do desenvolvimento (industrialistas versus anti-industrialistas); a polêmica sobre o papel do Estado no desenvolvimento.

-A natureza das rupturas políticas e sociais no Brasil — seu caráter incompleto. A dinâmica da luta de classes no Brasil e quais as forças hegemônicas em cada um desses movimentos.

– Abolição — fim do escravismo e manutenção do monopólio da posse da terra. As condições econômicas, políticas e sociais da Abolição.

– O fim da monarquia — mudança institucional sem mudança social.

– A República sob comando das mesmas classes sociais que dominaram na monarquia.

– Revolução de 1930. Caráter da revolução burguesa no Brasil. Seu padrão de alianças de classes na época da revolução proletária.

– As Forças Armadas — papel na formação do Estado brasileiro contemporâneo. Participação ativa nos processos políticos e econômicos. Atual lugar e papel no Estado brasileiro.

– Democratização pós 1985. O Estado sob o impacto da presença de forças políticas democráticas e avançadas, como no governo Jango, e, recentemente, no governo Lula.

Expositores:

Aldo Rebelo, jornalista, deputado federal (PCdoB-SP); Francisco Carlos Teixeira, professor titular de história moderna e contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); João Quartim de Moraes, professor de filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Lincoln Secco, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP).

Coordenação:

Ronald Freitas, advogado, diretor de Políticas Públicas da Fundação Maurício Grabois, membro da direção nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

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Dia 5 de abril, domingo, das 9h às 12h30

As classes sociais no Brasil na atualidade

Temas:

– As classes sociais — evolução e situação atual no Brasil. As classes polares na sociedade brasileira atualmente. As transformações das últimas décadas, a generalização do proletariado, a burguesia (financeira, comercial e industrial), suas alianças externas e suas posições políticas majoritárias. Classes sociais e modo de produção.

– A concorrência inter-capitalista e a luta de classes dos vários setores da burguesia (bancário-financeiro, comercial e industrial) — entre si e com o proletariado. Aliança da burguesia com o latifúndio e o imperialismo. Há uma burguesia nacional, nacionalista?

– Alterações no proletariado fabril. Crescimento e consolidação. Crise pós-década de 1980. Precarização do trabalho e formas não assalariadas de subordinação ao capital (autônomos, terceirizados etc.).

– As mudanças no campo. Qual o papel e como diferenciar os grandes dos médios e pequenos proprietários rurais? Desenvolvimento e fortalecimento do proletariado agrícola.

– A classe média. Proletarização de segmentos médios (médicos, professores, advogados, etc.). Militares, clero e intelectualidade.

– O papel dos estudantes e da juventude.

Expositores:

Adalberto Moreira Cardoso, sociólogo, professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ); Giovanni Alves, professor de sociologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp); Neomar de Almeida Filho, médico, pesquisador, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e Waldir Quadros, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Coordenação:

José Carlos Ruy, jornalista, diretor de Comunicação e Publicações da Fundação Maurício Grabois.

Dia 5 de abril, domingo, das 14h30min às 19hs
Rumos da revolução brasileira; transição para uma alternativa além do capitalismo

Temas:

– Os rumos da revolução brasileira e a transição para o socialismo. As condições da luta pelo socialismo no século XXI. As alianças de classes em torno de um novo projeto nacional de desenvolvimento. As condições da luta socialista no século XXI. As questões da transição para o socialismo. A economia política da transição para o socialismo.

– O Estado, categoria central no desenvolvimento e seu papel decisivo na luta pelo socialismo.

Expositores:

Eduardo Campos, presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), governador do Estado de Pernambuco (a confirmar); José Dirceu, advogado, ex-minitro-chefe da Casa Civil da Presidência da República; Marcio Pochmann, economista, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); Renato Rabelo, presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB); Roberto Amaral, vice-presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB); e Tarso Genro, advogado, dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e ministro da Justiça.

Coordenação:

Adalberto Monteiro, jornalista, presidente da Fundação Maurício Grabois.