Por costume não ofende
o que é o mundo?
reluir – querer teu corpo
e não tua boca
que ela é nojo
um monstro coletivo cafuas
certezas anos que perdi
o que desacreditei das coisas e das idéias
fixas e finas
o que é o mundo?
senão essas falar de jagunços senões
multas que avultam adversativamente
e a firmeza da vida no impulso de cor
de uma rosa
o mundo é aluir ao miolo da mulheres
sucos que há nelas em seus gritos
em pedras que gritam árcades
ameaças e silêncios
três vezes quero saber: o que é o mundo?
há quem procrie ou procure e não pergunte
eu pernoito dúvidas e não amanheço
que é o mundo? é quase besta
de gente
feita de pau
secas folhas frutos não
brita a pique frágil, frágil
no entanto corre alguma brasa
um estouro com o nome de vida
o poema não pega mas vinga
espanto!