No começo da tarde de sexta-feira (17), o presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro, concedeu entrevista a All Tv (www.alltv.com.br) sobre a Guerrilha do Araguaia. O apresentador do programa “All TV Debate”, Marcel Naves, conduziu a entrevista por uma grande variação de assuntos, mas concentrou-se nos últimos acontecimentos no palco da Guerrilha. Adalberto Monteiro iniciou explicando que houve uma resistência armada no Sul do Estado do Pará porque as condições da época impediam qualquer atividade política por outros meios.

Pelo que chamou de “túnel do tempo”, ele voltou à realidade do final dos anos 60 e início dos anos 70 para explicar que, à época, os generais que deram o golpe em 1964 implantaram um regime de terror que perseguia todos os que lutavam por liberdade e democracia. O conteúdo fascista daquele governo, disse Adalberto Monteiro, precisava de alguma resposta e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

No começo da tarde de sexta-feira (17), o presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro, concedeu entrevista a All Tv (www.alltv.com.br) sobre a Guerrilha do Araguaia. O apresentador do programa “All TV Debate”, Marcel Naves, conduziu a entrevista por uma grande variação de assuntos, mas concentrou-se nos últimos acontecimentos no palco da Guerrilha. Adalberto Monteiro iniciou explicando que houve uma resistência armada no Sul do Estado do Pará porque as condições da época impediam qualquer atividade política por outros meios.

Pelo que chamou de “túnel do tempo”, ele voltou à realidade do final dos anos 60 e início dos anos 70 para explicar que, à época, os generais que deram o golpe em 1964 implantaram um regime de terror que perseguia todos os que lutavam por liberdade e democracia. O conteúdo fascista daquele governo, disse Adalberto Monteiro, precisava de alguma resposta e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) avaliou que nas cidades não havia como desenvolver qualquer tipo de ação política. Uma simples reunião ou abaixo-assinado eram motivos para prisões e mortes.

No começo da tarde de sexta-feira (17), o presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto monteiro, concedeu entrevista a All Tv (www.alltv.com.br) sobre a Guerrilha do Araguaia. O apresentador do programa “All TV Debate”, Marcel Naves, conduziu a entrevista por uma grande variação de assuntos, mas concentrou-se nos últimos acontecimentos no palco da Guerrilha. Adalberto Monteiro iniciou explicando que houve uma resistência armada no Sul do Estado do Pará porque as condições da época impediam qualquer atividade política por outros meios.

Pelo que chamou de “túnel do tempo”, ele voltou à realidade do final dos anos 60 e início dos anos 70 para explicar que, à época, os generais que deram o golpe em 1964 implantaram um regime de terror que perseguia todos os que lutavam por liberdade e democracia. O conteúdo fascista daquele governo, disse Adalberto Monteiro, precisava de alguma resposta e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) avaliou que nas cidades não havia como desenvolver qualquer tipo de ação política. Uma simples reunião ou abaixo-assinado eram motivos para prisões e mortes

Acontecimento inconcluso

Daí a opção pela luta armada em um ponto da Amazônia, que compreendia a região entre Marabá (Estado do Pará), e Xambioá (então Estado de Goiás, hoje Estado de Tocantins). Adalberto Monteiro explicou que a Guerrilha começou a ser instalada na região em 1966, com a chegada dos primeiros combatentes que começaram a trabalhar e a viver como o povo da região. Eram jovens estudantes e veteranos militantes da causa revolucionária.

Após essa introdução, o presidente da Fundação Maurício Grabois explicou porque a Guerrilha é um tema que vai e volta e nunca chega a uma conclusão. Para ele, trata-se de um acontecimento inconcluso na história brasileira em razão do caráter da formação do país. Assim como a Guerra de Canudos, quando os donos do poder dizimaram a população local a fim de não deixar vestígios sobre o ocorrido, os combates no Sul do Pará enfrentam obstáculos de toda ordem para vir à tona.

Apoio da população

No caso de Canudos, o relato histórico de Euclides da Cunha em sua obra monumental Os Sertões manteve viva na memória nacional o significado daquele acontecimento. A mesma mácula do Exército brasileiro, segundo Adalberto Monteiro, voltou a se repetir com a Guerrilha do Araguaia. A tentativa de apagar o ocorrido da memória nacional se deve ao significado popular que essas lutas adquiriram, disse ele.

O presidente da Fundação Maurício Grabois explicou que o movimento guerrilheiro enfrentou três campanhas, somando um total de 10 a 15 mil soldados. O expressivo apoio da população local explica, segundo Adalberto Monteiro, a mudança de tática, na terceira campanha, quando a repressão levou para a região uma tropa de elite treinada especificamente para aquele combate. Esse contingente transformou o palco da Guerrilha em um campo de barbárie contra os guerrilheiros e a população local, disse.

Fase sinistra da repressão

Ele afirmou que a ordem do governo terrorista era para não se fazer prisioneiros. O país vivia a fase da “milagre econômico” e qualquer contestação deveria se extirpada “pela raiz”, antes de a opinião públicar tomar conhecimento. Até a Convenção de Genebra, que regula os procedimentos de guerra, foi violada pelos repressores, lembrou o presidente da Fundação Maurício Grabois, que fizeram execuções frias e covardes. Essas atrocidades explicam, segundo Adalberto Monteiro, o motivo pelo qual há interesses em manter aquele acontecimento sem uma investigação conclusiva.

Para ele, as recentes declarações do ex-major Curió, que comandou a fase mais sinistra da repressão no Araguaia, abre novas possibilidades de se avançar na apuração dos acontecimentos. Mas faz despertar também as vozes do obscurantismo — responsáveis pelas atrocidades cometidas. Adalberto Monteiro disse que a geração mais jovem de oficiais deve procurar virar essa página da história brasileira. Para tanto, segundo ele, os restos mortais dos combatentes desaparecidos na região, que fazem parte de um drama humano pungente, precisam ser encontrados e entregues a seus familiares.

Significado histórico

Adalberto Monteiro explicou ainda que o combate armado no Sul do Pará desempenhou o importante papel de animar a luta por liberdade e democracia. De boca em boca — a censura era feroz —, as pessoas souberam que em algum ponto do país havia um grupo de abnegados combatentes que enfrentava a tirania com as armas possíveis naquelas circunstâncias. Apesar do alto preço que os guerrilheiros pagaram em defesa da democracia e do socialismo, foram decisivos, segundo o presidente da Fundação Maurício Grabois, para a liberdade que ora respiramos.

Ele lembrou que não foi somente o PCdoB que enveredou pela luta destemida contra o Estado terrorista. Houve a guerrilha urbana, comandada por outras organizações, que igualmente foram decisivas para a conquista da democracia. O alto significado histórico desses movimentos, segundo o presidente da Fundação Maurício Grabois, precisa ser resgatado para iluminar o caminho das próximas gerações rumo à conquista da plena liberdade e independência do povo brasileiro.

Apuração intensificada

A reação, que cometeu atrocidades na região, disse Adalberto Monteiro, quer manter a Guerrilha do Araguaia a sete palmos sob a terra. Com isso, tenta ocultar seus crimes da opinião pública. Manter o sigilo sobre o ocorrido, para os responsáveis pelos crimes de lesa-humanidade, é uma atitude que não deve ser tolerada por nenhum democrata, destacou Adalberto Monteiro. Daí a necessidade da luta para romper o sigilo sobre os documentos existentes e para que os restos mortais dos combatentes sejam encontrados e entregues aos seus familiares e tenham um túmulo honroso.

Adalberto Monteiro relatou ainda que a decisão da Justiça para que a apuração dos acontecimentos seja intensificada sofre pressão contrária de forças que ainda ocupam posições nas instituições da República. Ele afirmou que no governo Lula houve avanços, mas ainda insuficientes. Para que o grupo de trabalho que está na região a fim de encontrar os restos mortais dos combatentes tenha credibilidade, disse, ele precisa ser ampliado, incorporando outros setores representativos da sociedade e familiares das vítimas.

Avanços democráticos

O presidente da Fundação Maurício Grabois enfatizou que é muito triste ver mães e outros parentes que sofrem com a dor no peito por não ter o sagrado direito de encontrar os restos mortais de seus entes queridos. Ele disse que espera das autoridades o cumprimento do dever republicano e que os militares que agiram na região sejam convocados para fazer indicações dos locais onde os corpos foram enterrados. Para Adalberto Monteiro, o país tem direito à sua memória e à verdade dos fatos.

Ele encerrou a entrevista dizendo que as novas gerações precisam se apropriar dessa história e saber que no Araguaia heróis do povo brasileiro pagaram com a vida para que o Brasil tenha hoje liberdade e democracia. Adalberto Monteiro destacou a recente anistia, seguida de reparação econômica e pedido de desculpa pelo Estado, aos moradores da região, mas ressaltou que esse importante capítulo da história do país não pode ficar inconcluso. A luta pela sua elucidação faz parte da batalha por avanços democráticos do povo brasileiro.