O primeiro tema, debatido no dia 11 de setembro, abordou “A essencialidade de um novo projeto nacional de desenvolvimento”, com a participação de José Carlos Braga (doutor em economia e professor da Unicamp), de Renato Rabelo (presidente nacional do PCdoB) e de João Sicsú (diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA).

Benedito Bizerril, representante da Fundação Maurício Grabois no Ceará, fez a abertura do encontro. “A construção de um projeto de desenvolvimento não deve passar por economistas nem ser decidida em salas e gabinetes. Um verdadeiro projeto de desenvolvimento só existirá de fato com a participação efetiva da sociedade”, disse João Sicsú. Para José Carlos Braga, “a implantação deste novo projeto de desenvolvimento só se dará com a luta social. Renato Rabelo avaliou que o Brasil busca alternativas de modelos de desenvolvimento com esforços político, teórico e intelectual no sentido de encontrar saídas para o país.

Foco no Nordeste

No dia 18, o ciclo de debates abordou as desigualdades regionais, com foco no Nordeste. Participaram Nilton Vasconcelos Júnior, secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia; José Sydrião Alencar, superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE/BNB); Emilson Piau, superintendente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional do Estado da Bahia; e Assuero Ferreira, professor de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC).

“A maioria da população nordestina vive na chamada pobreza rural. É preciso investir nos serviços básicos, na geração de renda e reverter uma carência de políticas integradas e sustentáveis que possibilitem autonomia econômica a médio e longo prazos”, afirmou Emilson Piau. José Sydrião Alencar disse que desde Getúlio Vargas só agora, com o governo Lula, é que a gestão regional passou a ter importância.

Assuero Ferreira disse que o desenvolvimento se dará por meio da relação entre as instituições políticas e sociais. “As instituições são fundamentais para o desenvolvimento, mas quem constrói as Instituições? É lá que se definem os pressupostos de hegemonia e ideologia. São elas que conduzem para um ou para outro rumo”, analisou.

Perspectiva no Ceará

O ciclo de debates encerrouse no dia 25, com o tema “O Ceará na perspectiva de um novo projeto nacional de desenvolvimento”. A melhoria na qualidade do ensino básico, médio e superior, maior investimento para a tecnologia e a sustentabilidade foram princípios defendidos como essenciais para o desenvolvimento do Brasil e do Ceará pelos três conferencistas: Fátima Falcão, coordenadora de Planejamento da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado; José de Paula Barros Netos, coordenador do Centro de Tecnologia da UFC; e Gilvan Paiva, sociólogo e Secretário de Educação de Maranguape.

Fátima Falcão fez uma explanação sobre as estratégias desenvolvidas pelo governo Cid Gomes. Barros Neto mostrou o que a educação, a tecnologia e a sustentabilidade têm a ver com desenvolvimento. E Gilvan Paiva disse que não é possível desenvolver o Ceará de uma forma plena, sem levar em conta o desenvolvimento do Brasil.