A uma camarada
Um dia no passado
Numa longínqua periferia
Fizeste de várias pedras brutas
Diamantes vermelhos
Rostos e mãos
Marcados pela dura realidade das fábricas
Secularmente explorados
Pacientemente,
Às vezes com firmeza de genitora que cuida de sua prole
Nos lapidou
Nos apresentou livros, músicas, filmes
A BBC de Londres, a Rádio Tirana
Os versos de Brecht
Tornamo-nos poetas, operários, professores
Mulheres emancipadas
e, acima de tudo,
Militantes que ousam questionar o óbvio
Como pedras brutas aprendemos
também na divergência
a dialética da vida
Fizeste de uma escola
A fortaleza de múltiplas sementes
Que germinaram para a vida política
Velho Haroldo de Azevedo…
Seu Jardim vermelho
Por muito tempo floriu
A estrada deste outubro tão dolorido
Nos leva a Mercedes Soza
Numa América que transborda de esperanças
Que paga seu tributo a gerações passadas
Os versos que podemos deixar gravados na memória
Querida camarada Lílian:
O Partido Comunista de Sapopemba, São Mateus e Vila Prudente
Seguirá em frente,
Não vacilará!