Ode a Johny Alf
Suas músicas
nos recordam
que a vida
não é oprimida
mas sentida,
bela.
Tocavas
o íntimo,
embalavas
o Brasil
proibido
de se ver.
A revolução
lembrava-se
Da necessidade
De virtudes
E sonhos,
salvando-se
De sua dureza
Grotesca.
O piano e o fusil.
O amor e o horror.
Vivíamos espremidos
em caminhos distintos:
um indesejável
mas necessário;
outro desejável
mas deslocado
no tempo
no espaço.
Nossos sonhos
Assistiam reveses
Sem ter a alma
Com que se alimentar.
Nossos corpos
Não tinham tempo
De pensar
De sentir.
Urgia
Libertar,
Urgia
Esquecer-se
De si,
Lembrar-se do
Brasil,
Amarelo
Que anseia
O verde.
Branco
Que se expressa
Em azul.
Johnny Alf
A brisa
Do tempo
Não apaga
Os imortais
Em sua
Juventude.