A literatura nacional e ocidental apresenta clara tendência em considerar a Crise Financeira Asiática de 1997/1998 como um fenômeno essencialmente econômico ou como um exemplo de pânico financeiro em economias vulneráveis.

Numa visão muito difundida na época e apresentada com relativa sensação de triunfo, advogava-se que o Século da Ásia já tinha sido abortado no nascimento e que “os valores asiáticos” estariam então confirmados como inferiores aos do Ocidente.

Uma década após, no entanto, pode-se com maior segurança afirmar que a crise teve como principais resultados o estímulo ao desenvolvimento do regionalismo asiático, a consciência da necessidade de definição e estabelecimento tanto de instituições multilaterais quanto de acordos bilaterais de livre comércio de forma a possibilitar a redução de dependências tanto do Fundo Monetário Internacional quanto das instituições econômicas internacionais. Ou mais do que isto, a recuperação asiática em conjunto com o forte desenvolvimento chinês passou a apresentar um novo regionalismo, centrado na economia chinesa, e colocando desafios à economia política internacional, fortemente dominada pelos interesses americanos.1

Hellmann (2007: 839) aponta que o explosivo crescimento econômico asiático liderado pela China introduziu um desafio sem precedentes: como acomodar a primeira região não ocidental, de sucesso real desde a Revolução Industrial, num
mundo crescentemente interdependente, mas ainda não convergente.

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