Rebelo defende uma completa integração das etnias indígenas com a sociedade brasileira, mas obedecendo e respeitando os diversos estágios de todas as populações de índios no país.

Em sua visão, Rebelo afirma que os índios devem ser efetivamente integrados à nossa sociedade, tendo liberdade e real oportunidade para desenvolverem atividades sustentáveis produtivas e exploradoras nas suas terras e não viverem tutelados tanto pelo Estado quanto pelas ONGs nacionais e internacionais.

Com propriedade na causa, Aldo Rebelo observa que os índios não têm direitos sobre suas reservas e que hoje muitos deles não têm sequer como sobreviver.

Os índios não podem explorar a madeira nem os minérios.

Para Rebelo, o Estado poderia ajudá-los nessas atividades, mas tudo continua imobilizado.

Há situações assim em outros países. No Canadá, os índios fizeram acordos com grandes empresas para a exploração do petróleo em suas terras.

O PIB dos índios norte-americanos é de 25 bilhões de dólares por ano.Milhares de índios têm fortunas acima de 1 milhão de dólares nos Estados Unidos. Mas para chegar a essa realidade, segundo Aldo Rebelo,é necessário haver um consistente processo de integração.

Não essa segregação, que mantém os índios em determinado estágio, para que as pessoas possam produzir suas teses antropológicas de mestrado e doutoramento, critica.

Na pauta internacional, o tema da questão social foi substituído pela questão do meio ambiente. Aldo Rebelo é relator do novo Código Florestal Brasileiro, em tramitação na Câmara Federal, que ao ser votado e aprovado vai nos permitir viver no país com a legislação mais avançada no tocante à conservação e ampliação das áreas florestais. Ao longo de seus mandatos como deputado federal, Rebelo foi um importante mediador e interlocutor entre os índios e o governo federal e até entre as tribos indígenas e os produtores rurais. É de se enaltecer o seu esforço para a regulamentação da demarcação da reserva indígena na Raposa-Serra do Sol, em Roraima.

Do alto de sua sensibilidade para com a causa indígena, Rebelo escreveu o livro Ra posa-Serra do Sol: O índio e a questão nacional (Editora Thesaurus, 2010), que grafa o nome da reserva com hífen por acreditar que Raposa e Serra do Sol são áreas geograficamente distintas, habitadas por tribos e populações igualmente distintas (macuxi, wapichana, ingarikó, taurepang e patamona). Faz questão de colocar o hífen, portanto, como iniciativa de denúncia, dealerta para essa observação tão importante do ponto de vista geopolítico sobre a área demarcada.

As maiores reservas de urânio do mundo estão nas terras indígenas, em Roraima. Há muitos minérios importantes nessas terras, inclusive um que tem o apelido de alexandrita, que só foi encontrado nas Américas na terra ianomâmi. Para Aldo Rebelo, os índios nunca são ouvidos pelo governo federal e o processo da Raposa-Serra do Sol é patente em relação a isso. Ali, um grupo grande de indígenas contestou a demarcação proposta pela Funai.

No entanto, não foi levado em consideração, destaca.

Rebelo observa que a relação entre os grupos de índios que vivem na reserva Raposa-Serra do Sol não é das mais amistosas, e eles preferiam que a demarcação fosse em ilhas, onde cada tribo teria sua área determinada,sem precisar conviver com outras.

Tal divisão não levaria em conta apenas o aspecto das rivalidades mas principalmente o estágio de evolução de cada grupo.

Em Roraima, existem indígenas que vivem da coleta, da caça, e outros formados por pequenos fazendeiros, comerciantes, a exemplo dos macuxis.Na opinião de Rebelo a demarcação como foi estabelecida, em área contínua e de fronteira, só interessa às ONGs internacionais e ameaça a soberania nacional.

Grande admirador de Joaquim Nabuco, o alagoano Aldo Rebelo é um verdadeiro entusiasta da obra Um estadista do Império (1896). Neste que é reconhecido como seu principal livro,Nabuco registra e analisa a vida e a obra de seu pai, o senador José Tomás Nabuco de Araújo e a vida política, econômica e social do Brasil durante a atuação do mesmo. Considero Um estadista do Império a maior e melhor biografia desenvolvida no Brasil em todos os tempos, por sua forma brilhantemente escrita. Além de sua ferrenha campanha pela abolição da escravidão do povo negro, Joaquim Nabuco também defendeu uma importante causa indígena.

Em seu primeiro mandato como deputado geral pela então província de Pernambuco, Nabuco combateu um projeto de exploração do Xingu, defendendo os direitos dos indígenas.

Por sua atuação efetiva na preservação dos direitos das várias etnias indígenas e suas culturas no Brasil, demonstrando que a iniciativa é de fundamental importância para o futuro e a manutenção da identidade nacional, Aldo Rebelo pode ser comparado a Joaquim Nabuco, que tanto batalhou pela causa dos negros nesse país. Aldo Rebelo é um novo Joaquim Nabuco, o Nabuco dos índios.

O Brasil é um país mestiço,e por isso temos que viver numa sociedade que integre perfeitamente as nossas ascendências e culturas indígenas, africanas, europeias e asiáticas. O Brasil inclusive deve ser o paradigma para o mundo do convívio entre raças, religiões e culturas. Ser um facilitador para uma aliança de civilizações.

Assim, perfeita a colocação de Aldo Rebelo que cabe ao país adotar medidas drásticas para proteger as populações indígenas e assegurar a preservação do meio ambiente em consonância com os interesses sociais e econômicos da população e danação, sem hipotecar seu futuro às pressões ilegítimas e divorciadas de nosso bem-estar e segurança.

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Fonte: Jornal do Brasil