Anos atrás, o Projeto Brasil – portal de discussões públicas da Agência Dinheiro Vivo – desenvolveu discussões relevantes sobre o tema. O melhor modelo analisado – no qual o Brasil pode se inspirar – é o NIST (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia) dos Estados Unidos. De certo modo, a instituição brasileira correspondente é o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia).

Cabe ao Inmetro a certificação de processos produtivos, padrões tecnológicos (formato de uma tomada, por exemplo), ou produção regional (o vinho de determinada região). Para tanto, ele é creditado (isto é, certificado) junto a organismos internacionais de certificação. E certifica, debaixo dele, laboratórios capazes de medir e certificar processos produtivos. Uma certificação garante ao comprador que determinado produto obedece a padrões internacionais.

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Nessa atividade, tanto o Inmetro quanto o NIST tem acesso a um enorme volume de informações sobre tecnologias, padrões, certificações em todos os países. O que os torna grandes bancos de dados e centros de inteligência competitiva.

Mas o NIST vai além. E é esse exemplo que precisa ser melhor analisado.

Ele coordena uma enorme estrutura de laboratórios nos principais temas de tecnologia contemporânea – como nanotecnologia, ciência de materiais, tecnologia da informação etc.

Além disso, é o coordenador do Malcolm Baldrige National Quality Award, a principal premiação de qualidade dos Estados Unidos – correspondente ao Prêmio da Fundação Nacional da Qualidade no Brasil.

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No caso brasileiro – me informa agora à noite o Ministro de Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende – a montagem será em torno da SIbratec (Sistema Brasileiro de Tecnologia). Vai ser um modelo intermediário entre o NIST e o sistema alemão Fraunhofer.

O sistema alemão tem 59 institutos sob sua orientação, a maioria criado ou construído especifialmente para essa função de gerar tecnologia para o setor privado. Mas a ligação maior é com as universidades.

No caso brasileiro, foram construídas poucas entidades novas, como o Centro de Bioetanol, de Campinas, ou a Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada) em Porto Alegre. O restante é constituído de centros e institutos já formados.

O Sibratec está estruturado em três vertentes. Uma de extensionismo, voltado para micro e pequenas empresas articuladas em redes estaduais. O segundo é voltado para serviços tecnológicos de qualidade para apoiar empresas. Para cada área está sendo formada uma rede de pesquisadores e empresas.

A terceira frente é uma rede de inovação, em áreas mais novas e desafiadoras do conhecimento. Por exemplo, haverá uma rede de energia solar fotovoltaica, outra para bioetanol, para fármacos e medicamentos, mas sempre articuladas com empresas.

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Fonte: Blog do Luis Nassif