Os resultados surpreendentes do Mais Alimento
O programa foi criado em meados de 2008, quando a inflação de alimentos começava a ganhar força. Apesar dos avanços extraordinários do agronegócios, a produção de alimentos se sustenta na agricultura familiar.
O Mais Alimentos foi montado em cima de um conjunto de medidas estruturantes. “A estratégia era enfrentar aquela crise com aumento de produção. Como a agricultura familiar produz 70% do dia a dia e tinha mais margem para ampliar a produtividade, o programa buscou modernizá-la de forma acelerada”, explicou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel para Tatiane Correia, da Agência Dinheiro Vivo.
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A proposta do plano foi conceder ao produtor um crédito de até R$ 100 mil, com prazo de pagamento de até 10 anos, até três anos de carência e juros de 2% ao ano.
Se o produtor quiser adquirir um trator, basta ir ao banco que realiza uma consulta ao site do MDA (N.R: http://www.mda.gov.br). Lá estão listadas todas as ofertas disponíveis com seus respectivos preços, para que a indústria não se aproprie das vantagens financeiras oferecidas. Para entrar no programa, os fabricantes concederam descontos de até 17,5% nas ofertas.
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Já em 2009, o programa foi responsável por 80,7% do venda total de motocultivadores e tratores de até 11 cavalos a até 78 cavalos. Entre setembro de 2008 e abril de 2010, foram comercializados 10 mil resfriadores de leite. Apenas em abril foram 2.587 unidades. Até o momento, mais de R$ 3 bilhões já foram aplicados em projetos de modernização.
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Assim como o Bolsa Família e o salário mínimo da Previdência, o Mais Alimento funcionou como fator anticíclico na grande crise do período. Em 2009, 60% das vendas no setor de implementos agrícolas foram impulsionadas pelo Mais Alimentos, enquanto 70% das vendas de tratores de até 78 cavalos na ponta foram puxadas pelo programa.
Segundo Cassel, houve uma reivindicação de todo o setor – representado por entidades como Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e Abimaq (Associação Brasileira da Industria de Máquinas e Equipamentos) – junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para que o programa fosse perenizado. O que acabou acontecendo diante do potencial existente e das diversas regiões que ainda precisam ser atendidas. “Temos muito para caminhar especialmente para o Norte e Nordeste. Existe um mercado enorme a ser explorado, e recentemente o presidente anunciou que o programa será estendido para a África e a América Latina”, conclui Cassel.
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Esse casamento entre políticas sociais e consumo tem se revelado a granda alavanca de crescimento brasileiro pós-crise.
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Fonte: Blog do Luis Nassif