No momento em que as ações européias se encontraram 15% abaixo de sua última alta, muitos foram aqueles que se questionaram se, finalmente, as confusões na Zona do Euro criariam oportunidades de compra.

O J.P Morgan Asset Management relatou que os “touros”, isto é, aqueles que enxergam alta dos preços, argumentarão que o restante do mundo (além da Zona do Euro) encontra-se em boa situação, avaliando pelo dinâmico crescimento na Ásia e nos EUA. Paralelamente, sustentarão que as desvalorizações continuam sendo sustentáveis, enquanto, conforme a alta das taxas de juros afasta-se, pelo menos neste ano, o ambiente para as ações é mais positivo.

Desta forma, o peso está sendo transferido aos “ursos”, isto é, a aqueles que enxergam queda dos preços, porque estão convocados a explicar o que mudou em base fundamental. De uma ou de outra forma, algumas das preocupações dos mercados são conhecidas desde o início deste ano, enquanto os desafios – como, por exemplo para as economias da Europa – durarão, provavelmente alguns anos, não somente alguns meses.

O pacote de apoio da União Européia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) constitui, indiscutivelmente, uma estratégia “choque e temor”, a fim de serem apoiados os mercados dos “papagaios” estatais e ser garantida suficiência de liquidez a fim de ser dado o tempo necessário para se enfrentar o desequilíbrio econômico nos países atingidos.

Sadio crescimento

Embora as medidas dinâmicas aliviem, em parte, os ventos contrários a médio prazo, liquidam a sensação de uma grande crise. Contudo os problemas provavelmente continuarão existindo e nada garante aonde, finalmente, levarão o mundo.

Igualmente, é preciso considerar, também, o ciclo da economia. Um dinâmico renascer do crescimento poderia aplacar as preocupações com relação aos temas fiscais corretivos, porque melhoraria as arrecadações tributárias e seriam criadas perspectivas melhores com relação as dívidas estatais.

Sadio crescimento espera-se, contudo, somente para os próximos um ou dois trimestres, porque a perspectiva posterior é menos clara, considerando que os indicadores começam a evoluir descendentemente nas melhores economias.

Entretanto, as desvalorizações na maioria dos mercados permanecem perto de níveis neutros, enquanto, em relação a debêntures e disponíveis, as ações continuam constituindo a categoria preferível para investimentos.

Assim, talvez os mercados, particularmente na Europa, permanecerão instáveis, mas na fase atual as ações certamente registrarão melhores desempenhos do que as debêntures.

_____________________________________________________________________

Fonte Monitor Mercantil