No velório de Saramago, Dilma lamenta morte do escritor
A candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, lamentou neste sábado (19) a morte do escritor José Saramago, ocorrida ontem, um dia antes da chegada dela em Lisboa para um encontro com o primeiro-ministro português, José Sócrates. Dilma disse que é uma admiradora da obra do escritor e que leu os livros O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Todos os Nomes e Jangada de Pedra.
Após se encontrar com Sócrates, Dilma foi ao velório de Saramago, que acontece desde às 16h (12h em Brasília) no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa. Uma dezena de pessoas a reconheceu e bateu palmas à candidata. Enquanto a petista prestava a sua homenagem, a comitiva da petista foi alertada pela organização do funeral porque estava atrapalhando a passagem das outras pessoas que foram ao velório.
Ao deixar o local, onde permaneceu por cerca de cinco minutos, a ex-ministra disse que valoriza o conjunto da obra de Saramago por ter dado uma “dimensão global” à língua portuguesa. “Gosto demais dos livros dele. Acho ele uma grande contribuição para a literatura de língua portuguesa”, afirmou a candidata. Ela disse que, de todas as obras, prefere justamente a mais polêmica – e também mais conhecida -, O Evangelho Segundo Jesus Cristo. “Acho um livro muito bonito, com muita força”.
O livro conta a vida de Jesus Cristo de uma maneira humanizada e foi muito criticado pela igreja católica pela interpretação considerada inapropriada do Evangelho. “Acho que ele o livro deu uma grande contribuição para cada um de nós, que falamos a língua portuguesa”, comentou Dilma, sem entrar em detalhes sobre os pontos polêmicos do livro.
Em relação à não menos polêmica história política do escritor português, Dilma preferiu ser vaga nos comentários. Saramago foi uma das personalidades comunistas mais ativas de Portugal e, como jornalista, brigou pelo fim da ditadura de António de Oliveira Salazar, que durou 36 anos.
“Ele era um grande lutador, e aqui em Portugal ele é reconhecido como sendo um homem que sempre defendeu os mais pobres e deu sua grande contribuição aqui em Portugal”, afirmou a petista, ressaltando que acha que ele será mais lembrado pelas suas atividades enquanto escritor.
“Acho que ele vai ser lembrado pelos dois aspetos, mas acho que no Brasil nós o reverenciamos mais por ser um grande escritor”. Saramago conquistou o primeiro Prêmio Nobel de Literatura da língua portuguesa, em 1998.
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Com agências